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Caiu o número de casas entregues ao banco. Famílias estão a negociar mais

17 jan, 2013 • Henrique Cunha

“O sector financeiro chegou à conclusão de que [era melhor] optar pela negociação e começou a dar condições excepcionais”, diz o presidente da APEMIP.

Caiu o número de casas entregues ao banco. Famílias estão a negociar mais
A entrega de casas ao banco em dação em pagamento desceu 21% no ano passado, anunciou esta quinta-feira a Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP).

A sentença inédita do Tribunal de Portalegre (que determinou que a entrega de uma casa ao banco liquidava o empréstimo em dívida) e as previsões da associação obrigaram, na opinião do presidente da APEMIP, Luís Lima, a banca a demonstrar mais receptividade na negociação com as famílias endividadas.

“O sector financeiro, a partir do momento em que a APEMIP divulgou aquele aumento de 74% [de casas para entrega à banca], chegou à conclusão de que, em vez de ir receber seis mil ou sete mil imóveis como recebeu no ano passado, iria receber 30 mil. Então, passou a optar pela negociação. É uma crise excepcional, têm de dar condições excepcionais. E começou a dar. Há pessoas neste momento que estão a pagar juros, há pessoas que têm uma prestação mais baixa”, afirma à Renascença.

Luís Lima considera que a redução de entrega de casas à banca não aumentou mais, porque promotores e mediadores não conseguiram seguir o exemplo das famílias.

“Mais de 70% dos imóveis são de promotores/construtores. Ao contrário das famílias, o sector financeiro da parte das empresas continua a optar pela dação e não pela negociação ou, pelo menos, por nos dar condições para podermos vender em igualdade de circunstâncias os imóveis, sendo de promotores ou do sector financeiro”, lamenta.

Em 2012, os portugueses entregaram 5.500 imóveis à banca.