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Guilherme d’Oliveira Martins

Austeridade não pode ser pedida apenas aos contribuintes

25 set, 2012

Presidente do Tribunal de Contas lembra que consolidação se faz agindo em simultâneo no lado da receita e no da despesa.

Austeridade não pode ser pedida apenas aos contribuintes
O presidente do Tribunal de Contas pede equilíbrio na distribuição dos sacrifícios, argumentando que não se pode exigir esforço somente aos contribuintes.

“Onde se deve actuar para termos consolidação orçamental e financeira: nas receitas ou nas despesas?”, questionou Guilherme d’Oliveira Martins, durante uma intervenção numa conferência promovida pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, para concluir, de seguida: "Sempre dos dois lados, sabemo-lo bem.”

“Com equilíbrio, sempre dos dois lados, não só de um, nunca só exigindo ao contribuinte, nunca cegamente, cortando na despesa social. Eis o que está verdadeiramente em causa”, esclareceu o presidente do Tribunal de Contas. 

Oliveira Martins alertou também para o perigo dos cortes cegos e lembrou a necessidade de uma maioria alargada no apoio ao memorando de entendimento: “Esse memorando, tendo de ser cumprido, tem de ser cumprido, em primeiro lugar, através da estabilidade política, da estabilidade parlamentar. É o Parlamento que tem a palavra decisiva relativamente à sua concretização”.

“É muito importante que o memorando seja cumprido no contexto de uma maioria parlamentar, no contexto de uma maioria parlamentar alargada em torno do respeito pelos compromissos assumidos internacionalmente", sublinhou o  presidente do Tribunal de Contas.