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Gregos vão às urnas. Europa espera para ver

17 jun, 2012 • Daniel Rosário

São as segundas eleições legislativas em pouco mais de um mês e podem definir o futuro do país na moeda única.

Gregos vão às urnas. Europa espera para ver
Bruxelas e as principais capitais da Zona Euro não escondem o que esperam das eleições gregas: um resultado que favoreça os partidos que defendem a aplicação do programa de ajustamento negociado pela Grécia com os seus credores internacionais.

No entanto, isso é tudo menos garantido. E, além disso, seja qual for o vencedor, será certamente obrigado a procurar entendimentos com outros partidos que viabilizem a formação de uma coligação governativa, num processo que se poderá arrastar, à semelhança de ocasiões anteriores.

Por isso, depois de ter procurado interferir o menos possível na campanha eleitoral, a postura da Europa é esperar para ver: que resultados, que governo e com que intenções em relação aos compromissos europeus.

Mas se a campanha foi marcada pela discrição europeia, a formação de uma coligação poderá ser encorajada pelo envio de sinais claros de abertura para uma negociação e oferta de condições de alguma flexibilização, desde que o programa de ajustamento, enquanto tal, não seja posto em causa.

Caso contrário, poderá voltar em força o cenário que a maioria dos países tem tentado evitar: a ruptura do acordo entre Atenas e a União Europeia e o FMI, a suspensão dos empréstimos internacionais, a bancarrota do país e a eventual saída do euro, com todo o efeito desestabilizador que isso teria para os demais países, a começar por Portugal.

As urnas já abriram na Grécia. A possibilidade de vitória da coligação da esquerda radical, Syriza, que se opõe à austeridade negociada com a “troika”, é alta.