13 mar, 2012
O primeiro-ministro garante que que não houve cedências ao sector energético com a demissão de Henrique Gomes do cargo de secretário de Estado da Energia. "Era o que faltava. Nem pensar nisso", afirmou o chefe de Governo esta terça-feira, à margem da sessão de tomada de posse de Artur Trindade, que sucede a Henrique Gomes.
Passos Coelho contraria as notícias que dão nota de um guerra perdida de Henrique Gomes com a EDP. O primeiro-ministro afirma ainda que o Governo não sai enfraquecido com esta demissão.
Passos Coelho desvalorizou esta primeira alteração na composição do executivo PSD/CDS-PP, dizendo que é "uma substituição de um membro do Governo" e remeteu para outra ocasião declarações sobre este assunto.
Guerra com a EDP
A justificação oficial é que Henrique Gomes pediu a demissão por “razões de índole pessoal e familiar”. Foi assim que o gabinete do primeiro-ministro confirmou a saída do secretário de Estado da Energia e o próprio invocou as mesmas razões numa nota oficial. Mas por trás desta primeira demissão no Governo de Passos Coelho está uma história mais longa.
Várias fontes governamentais reconhecem que as razões para esta demissão são motivadas, sobretudo, pela “guerra” que o secretário de Estado declarou à EDP e a António Mexia, com o objectivo de reduzir as rendas excessivas da eléctrica.
Há mesmo quem, dentro do Governo, diga que Henrique Gomes era um “factor de destabilização” do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e do funcionamento do próprio Ministério.