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Ricardo Salgado em prisão domiciliária e arguido em sete processos

25 jul, 2015

Advogado do ex-presidente do BES considera que a prisão domiciliária é desproporcionada e vai apresentar recurso.

O ex-presidente do BES Ricardo Salgado fica sujeito a "obrigação de permanência na habitação", ou seja, prisão domiciliária, anunciou o advogado Francisco Proença de Carvalho, este sábado, poucos minutos depois da meia-noite.

A decisão foi comunicada aos jornalistas à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde Salgado foi ouvido durante cerca de 12 horas pelo juiz Carlos Alexandre.

O advogado Francisco Proença de Carvalho considera que a medida de coacção aplicada ao seu cliente é desproporcionada e vai apresentar recurso.

O ex-presidente do BES está sujeito a "obrigação de permanência na residência", mas não tem pulseira electrónica e pode ausentar-se com autorização do juiz, explicou o causídico.

Aguarda-se um comunicado da Procuradoria-Geral da República a confirmar todas as medidas de coacção.

Ricardo Salgado tinha sido constituído arguido no caso "Universo Espírito Santo" num outro interrogatório realizado na segunda-feira. Nessa altura, ficou sujeito apenas a termo de identidade e residência, medida de coacção que foi agora agravada.

O ex-presidente do BES foi ouvido esta sexta-feira durante cerca de 12 horas, pelo juiz Carlos Alexandre.

De acordo com uma nota avançada esta sexta-feira ao final da tarde pelo Procuradoria-Geral da República, há agora seis arguidos no âmbito do caso "Universo Espírito Santo".

Em causa está a suspeita da prática de sete crimes: falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no sector privado e branqueamento de capitais.

Ricardo Salgado também já era arguido num outro caso, o "Monte Branco", em que teve de pagar uma caução de três milhões de euros.

"No que respeita ao número de inquéritos relacionados com o denominado "Universo Espírito Santo", correm termos no DCIAP, neste momento, cinco inquéritos autónomos e 73 inquéritos, que se encontram apensos a um daqueles. Estes inquéritos apensos respeitam a queixas apresentadas por pessoas que se consideram lesadas pela actividade desenvolvida pelo BES e pelo GES", diz o comunicado.

Isto confirma que o processo em causa se relaciona com a ocultação de passivo da ES International e com a venda de papel comercial de uma empresa que tinha as contas falsificadas.

"As investigações estão a cargo de cinco magistrados do Ministério Público do DCIAP. Está ainda constituída uma equipa multidisciplinar de seis magistrados de outras jurisdições, sendo que esta intervém apenas em questões específicas relacionadas, designadamente, com o arresto de bens/recuperação de activos, questões cíveis e de insolvência.

Nestas investigações, o Ministério Público é coadjuvado por elementos da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Os inquéritos relacionados com o denominado "Universo Espírito Santo" encontram-se em segredo de justiça.