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Professores denunciam subjectividade no concurso de docentes

22 jul, 2015

Associação lamenta que os docentes precisem de ter declarações passadas pelas escolas onde trabalharam, que certifiquem as suas competências.

O presidente da Associação Nacional de Professores Contratados teme ultrapassagens na Bolsa de Contratação de Escola (BCE), que arrancou esta quarta-feira, por causa da subjectividade dos critérios de avaliação dos docentes a concurso.

Em declarações à Renascença, César Paulo denuncia a subjectividade com que é atribuída a nota a um docente, o que pode levar a ultrapassagens injustas nas listas ordenadas.

“Temos uma série de situações sobre a mesa, nomeadamente num dos parâmetros do concurso em que refere que um professor pode ter ‘colaborado’ ou ‘participado’ num projecto. Quanto a nós, ‘colaborar’ e ‘participar’ são palavras muito próximas e cada uma das respostas tem pontuações bem diversificadas”, começa por explicar.

“Pode acontecer que, a nível nacional, vários directores considerem que o professor participou num projecto e outro colaborou num projecto e vamos ter aqui pontuações diferentes, que podem dar uma coisa absolutamente curiosa: por essa ‘dubialidade’, um professor trabalhar ou ficar no desemprego todo ano lectivo”, sublinha.

César Paulo lamenta, ainda, que estes docentes para apresentarem a sua candidatura à BCE precisem de ter declarações, passadas pelas escolas onde trabalharam, que certifiquem as suas competências.

“Neste momento, temos dezenas de milhares de professores a dirigirem-se às escolas de todo o país a pedir aos directores para  lhes passarem, em tempo útil de dois ou três dias, uma série de declarações para comprovarem os dados que vão inserir na plataforma. Achamos absolutamente lamentável, com tanto tempo que o Ministério da Educação teve para preparar este concurso, resolver pôr os professores, durante a realização do concurso, a pedir certificações às escolas”, critica o presidente da Associação Nacional de Professores Contratados.  

As escolas já estão a ser inundadas com pedidos de declarações, confirma Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas.

As candidaturas começaram esta quarta-feira e decorrem até às 18h00 da próxima segunda-feira, dia 27 de Julho.

Os erros registados no concurso de professores do último ano lectivo levou a que milhares de alunos começassem as aulas mais de um mês depois da data prevista.