O ministro dos Negócios Estrangeiros grego garantiu esta terça-feira, em declarações ao embaixador chinês em Atenas, que a Grécia não deixará o euro. A informação é avançada pelo site do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, que dá conta dos resultados do encontro.
Atenas vai falhar o pagamento de 1, 6 mil milhões de euros ao FMI, que deveria ser pago até esta terça-feira. A Comissão Europeia apresentou no final da semana passada uma
proposta que oferece a renegociação da dívida, em Outubro.
O Governo grego está a estudar a possibilidade de recorrer aos tribunais para impedir uma eventual saída do euro. A ideia é explicada pelo ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, ao jornal britânico "Daily Telegraph". Atenas poderá avançar para o Tribunal de Justiça da União Europeia.
"Os tratados europeus não prevêem a saída do euro e nós recusamo-nos a aceitá-la. A nossa presença na União Europeia não é negociável", afirma Varoufakis.
O impasse mantém-se a caminho do referendo do próximo domingo, em que os gregos vão decidir se votam a favor ou contra um novo acordo com os credores internacionais.
Gregos sobre fortes restrições Os gregos vivem esta semana sob fortes restrições, nomeadamente no acesso a contas bancárias. Na Praça Syntagma, os transportes públicos circulam completamente cheios esta terça-feira.
Esta semana os transportes públicos, autocarros e metro são completamente gratuitos, para não dificultar ainda mais a vida aos gregos, a braços com a restrição de só poderem levantar 60 euros por dia. Mas a vida corre de forma normal e as pessoas na rua dizem que não notam grandes diferenças nos seus dias.
A partir de quinta-feira, os pensionistas podem deslocar-se a alguns pontos no centro de Atenas e nos subúrbios para levantar somas de dinheiro. Em vez de levantarem todos os dias 60 euros, na quinta-feira podem levantar 240, na sexta-feira podem levantar 300, ou seja, o cumulativo dos 60 euros que não levantaram nos dias anteriores. Há ainda informações que indicam que os pensionistas poderão dirigir-se aos bancos na quinta-feira e pedir o total da sua pensão.
A renegociação da dívida da Grécia em Outubro e alterações no subsídio de solidariedade para os pensionistas mais desfavorecidos são dois detalhes conhecidos de uma proposta de última hora enviada pela Comissão Europeia a Atenas para evitar o incumprimento grego.
O documento é enviado justamente no dia em que termina o prazo para a Grécia reembolsar o FMI em 1,6 mil milhões. A proposta prevê que o primeiro-ministro grego aceite fazer campanha pelo “sim” no referendo de domingo, uma sugestão que foi considerada humilhante por Atenas.