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Ministro cansado das "tendências doentias para a confusão" do autarca de Viana

30 jun, 2015

Socialista José Maria Costa vai pedir a reabertura das investigações ao processo de subconcessão dos estaleiros, por considerar que o Governo "não defendeu o interesse nacional".

O ministro da Defesa mostrou-se "cansado" do comportamento e das "tendências doentias" do presidente da Câmara de Viana do Castelo relativamente ao processo de subconcessão dos estaleiros navais da cidade ao grupo Martifer.

"Estou um bocado cansado porque há situações que já assumem natureza patológica, de tendências doentias para a confusão", afirmou Aguiar-Branco, na segunda-feira à noite, numa conferência promovida pelas distritais do PSD e do CDS de Viana do Castelo, numa referência implícita às posições assumidas pelo socialista José Maria Costa.

O autarca anunciou que vai pedir a reabertura das investigações ao processo de subconcessão dos estaleiros da cidade à empresa Martifer, por considerar que o Governo "não defendeu o interesse nacional".

A decisão surge na sequência da confirmação, por Bruxelas, de que Portugal nunca invocou a protecção de interesses nacionais de segurança para justificar ajudas de Estado aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Sem nunca se referir ao socialista José Maria Costa, o ministro da Defesa classificou ainda de "cena patética" o episódio protagonizado pelo autarca, em Janeiro de 2014, quando se deslocou a Lisboa para colocar uma coroa de flores na mesa onde Governo e o grupo Martifer assinaram o contrato de subconcessão dos ENVC, "pela morte dos estaleiros navais".

Aguiar-Branco disse que os ENVC "não só não morreram como renasceram", lamentando ainda que em maio passado, quando Passos Coelho visitou a empresa para assinalar um ano de subconcessão à WestSea, o autarca tenha "tentado ficar na fotografia, ao lado do primeiro-ministro, a brindar ao futuro da construção e da reconstrução naval, e da WestSea como nova realidade a explorar os ENVC".

Adiantou ter dito "sempre" que o objectivo do Governo "era salvaguardar a construção e reconstrução naval em Viana do Castelo, assegurar o maior número de postos de trabalho", adiantando que actualmente 80% dos atuais trabalhadores foram recrutados entre os antigos funcionários dos ENVC.