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Juros da dívida de Portugal sobem, pressionados pela Grécia

29 jun, 2015

A dois, cinco e a dez anos, os juros reflectem incerteza. Irlanda, Itália e Espanha também sofrem.

Os juros da dívida de Portugal estavam esta segunda-feira de manhã a subir a dois, cinco e a dez anos, alinhados com os da Irlanda, Itália e Espanha, fortemente pressionados pela crise na Grécia.

Os juros da Grécia a dez anos estavam, cerca das 8h45 em Lisboa, a 14,640%, depois de terem terminado a 10,845% na sexta-feira, estando indisponíveis a dois anos.

À mesma hora, os juros da dívida portuguesa a dez anos estavam a subir para 2,928%, contra 2,718% na sexta-feira e depois de terem subido até aos 3,253% a 15 de Junho, um máximo desde meados de Outubro. O actual mínimo de sempre é de 1,560% e foi registado a 13 de Março passado.

No mesmo sentido, os juros a cinco anos estavam a subir, para 1,609%, contra 1,450% na sexta-feira, depois de terem subido a 16 de Junho até aos 1,927%, um máximo desde meados de Outubro de 2014, e descido para o mínimo de sempre, de 0,749%, a 10 de Abril.

Os juros a dois anos também estavam a subir para 0,140%, contra 0,034% na sexta-feira, mas abaixo do máximo dos últimos seis meses, de 0,541%, registado a 29 de Dezembro de 2014.

O actual mínimo de sempre dos juros a dois anos, de 0,013%, foi atingido a 13 de Abril passado.

Os juros das dívidas soberanas europeias estão a ser pressionados para a alta devido à ausência de acordo entre a Grécia e os credores internacionais, que pode desencadear a saída de Atenas da zona euro, e mais do que anular o programa de estímulos em curso do Banco Central Europeu.

Depois de ter iniciado a 9 de Março passado um programa inédito de compra de dívidas soberanas e privadas, que vai permitir a injecção de 60 mil milhões de euros por mês, até, pelo menos, Setembro de 2016, na economia da zona euro, na esperança de a redinamizar, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro inalteradas em mínimos na última reunião de política monetária de 3 de Junho.

Uma eventual saída da Grécia da zona euro pode afectar negativamente Portugal, que a 17 de Maio de 2014 abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar.

Esta segunda-feira, os juros da dívida soberana da Irlanda estavam a subir em todos os prazos, bem como os de Itália e de Espanha.