Dinheiro voa dos multibancos gregos. Uma em cada três ATM ficou sem notas

Mais de um terço das máquinas de multibanco na Grécia ficaram sem dinheiro durante este sábado. Esta é uma das consequências do medo que os gregos começam a sentir em relação uma iminente saída da zona euro. A informação foi confirmada por três fontes bancárias à agência Reuteurs.
 
Junto às caixas multibanco amontoaram-se filas de gregos ansiosos, depois do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ter surpreendido ao anunciar a intenção de convocar um referendo sobre as condições de um novo programa de austeridade à Grécia. 

Cerca de 35% da rede ATM – ou seja 2.000 das 5.500 – ficaram sem dinheiro de acordo com fontes do sistema bancário.

À volta de 600 milhões de euros foram retirados do sistema bancário grego este sábado, disse um dos líderes bancários.

Ainda assim, este valor fica abaixo dos mil milhões de euros que em alguns casos foram levantados das caixas multibanco gregas nos últimos dias, em que o limite máximo de levantamento diário não pode exceder os 700 euros.

“A procura de dinheiro está a ser maior do que é normal num sábado”, disse fonte bancária à Reteurs.
 
O governo grego insiste que os bancos devem reabrir normalmente na segunda-feira e nega que o país vá impor qualquer controlo de capitais para prevenir o colapso do sistema bancário.

Investigador português vive drama grego
A corrida aos euros foi de resto testemunhada pelo investigador português João Palma que se encontra na Grécia em trabalho.
  
Este investigador na área florestal, que está na zona de Tessalónica, no norte do país, foi já avisado para ter cuidados redobrados com o dinheiro.
 
“Já nos avisaram para ter cuidado porque ainda hoje havia filas para levantar e talvez na segunda-feira não haja dinheiro. Vamos ver como corre, em relação aos pagamentos por multibanco está tudo normal, dizem que não há problema, mas, em princípio, vai haver problemas com dinheiro para a semana. [A recomendação de cuidado] é mera precaução, está tudo tranquilo. É só uma questão de logística”, relata.
  
João Palma, em conversa com a Renascença, relatou ainda uma conversa que manteve com o dono de um restaurante local, membro do partido do governo."Estava  um bocadinho apreensivo. Ele esteve a fazer um discurso de meia hora, pois éramos os únicos clientes do restaurante. Basicamente, mesmo tendo um pouco mais de informação, não sabia o que fazer. Não era por ser do Syriza que ele diria que alguma coisa de bom ia acontecer"resumiu.

[notícia desenvolvida com mais informação às 00h00].