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Lufthansa muda regras e passa a ter sempre duas pessoas no “cockpit”

27 mar, 2015

A TAP aguarda por uma recomendação da Agência Europeia e do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) sobre eventuais alterações nas regras de segurança no cockpit, que são conhecidas esta sexta-feira.

O grupo Lufthansa, a principal companhia alemã e a "casa-mãe" da Germanwings, decidiu reforçar as medidas de segurança e vai adoptar a regra de existirem sempre duas pessoas autorizadas no "cockpit" dos seus aparelhos. A medida foi anunciada pela companhia na sua página do facebook.

"Em coordenação com a autoridade alemã de aviação, o Grupo Lufthnsa vai adoptar novos procedimentos sobre a ocupação dos 'cockpits', como medida de precaução", lê-se na nota. "Com este novo procedimento, duas pessoas autorizadas devem estar sempre no 'cockpit' durante todo o tempo de duração do voo", acrescenta.

A associação alemã de aviação civil e a sua congénere austríaca decidiram adoptar, esta sexta-feira, a regra de duas pessoas em permanência na cabine de voo dos seus aviões, numa reacção ao acidente aéreo de terça-feira. "As nossas companhias aéreas introduziram provisoriamente um novo procedimento que prevê que duas pessoas autorizadas devam sempre manter-se no 'cockpit' de um aparelho", anunciou em comunicado a Associação Alemã de Aviação (BDL).

Segundo a sua página na internet, a BDL agrupa as companhias Lufthansa, AirBerlin, Condor, TuiFly e DHL/European Air Transport Leipzig GmbH.

Estas novas regras pretendem evitar uma tragédia semelhante à de terça-feira (24 de Abril) no Alpes franceses. A investigação ao acidente em França concluiu que o piloto do voo da Germanwings se ausentou do 'cockpit', provavelmente para usar os sanitários, e foi impedido de voltar a entrar pelo co-piloto, que bloqueou a porta.

Nesse período, Andreas Lubitz, de 28 anos, accionou deliberadamente o processo de descida do avião, ignorando as pancadas na porta, as tentativas de comunicação da torre de controlo e os alarmes do próprio aparelho.  O avião acabou por embater numa montanha, matando 149 pessoas.

Já na quinta-feira várias companhias aéreas tomaram decisões no mesmo sentido, nomeadamente a "low cost" britânica Easyjet, a norueguesa Air Shuttle, as canadianas Air Canada e Air Transat e a islandesa Icelandair.

Em Portugal, a TAP aguarda por uma recomendação da Agência Europeia e do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) sobre eventuais alterações nas regras de segurança no cockpit, que são conhecidas esta sexta-feira.