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Maioria chumba requerimento do PS com perguntas a Passos Coelho

04 mar, 2015 • Paula Caeiro Varela

PSD invocou razões de regimento. Pedidos do PCP e do Bloco de Esquerda vão directos para o primeiro-ministro.

Apesar das intenções iniciais e das declarações de que quer transparência, a maioria PSD-CDS acabou por chumbar o requerimento do PS com perguntas ao primeiro-ministro sobre as suas dívidas à Segurança Social.

Na discussão que decorreu esta quarta-feira na comissão parlamentar de Trabalho, a maioria colocou a questão da forma e considerou que há outras formas regimentais para que o partido socialista possa colocar as perguntas que entender.

O deputado Adão Silva garantiu que a maioria nunca irá “obstar a que se apure toda a informação e toda a verdade”, mas considerou que o pedido do PS era “anti-regimental”. Ontem, fonte da direcção da bancada do PSD tinha dito à Renascença que ainda iam analisar os pedidos, mas que a intenção era viabilizar todos os pedidos de esclarecimento sobre este assunto.

Contudo, esta quarta-feira na comissão, depois de muita discussão e de trocas de informações entre os deputados e a direcção da bancada, o requerimento socialista acabou rejeitado. Só o PCP e Bloco de Esquerda foram os únicos que votaram ao lado do PS neste requerimento para que Passos respondesse por escrito à comissão sobre a polémica a marcar a semana, as dívidas à segurança social.

Os comunistas e o Bloco têm também requerimentos, mas optaram por fazê-los em forma de requerimento directo ao primeiro-ministro e não através da comissão. “O PS não quer o caminho directo para obter informação, prefere o caminho tortuoso porque o PS quer é espectáculo”, acusou o social-democrata Adão e Silva e de nada valeram os apelos do PS para que a maioria procurasse esclarecer os portugueses sobre um assunto desta gravidade através da Assembleia da República.

“Lamento que o PSD e o CDS não dêem aqui hoje um sinal claro aos portugueses de que estão disponíveis e interessados que o sr. primeiro-ministro, independentemente do momento e do espaço, dê todas as explicações”, afirmou o deputado socialista Nuno Sá.