09 fev, 2015 • André Rodrigues
Vinte mil pessoas com a forma mais grave de epilepsia queixam-se de atrasos na referenciação para cirurgia. A denúncia parte da Liga Portuguesa contra a Epilepsia.
Para estes doentes, os medicamentos já não resolvem o problema. A epilepsia refractária, a forma mais grave da doença, afecta um terço do universo dos portadores de epilepsia em Portugal e o único tratamento possível é a cirurgia. A taxa de sucesso é altamente satisfatória, mas a espera é longa.
Em declarações à Renascença, o presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE), Francisco Sales, fala de “um atraso grande no envio dos doentes para cirurgia, e a percentagem de cura é muito elevada: em cada dois doentes, um fica completamente sem crises e o outro melhora substancialmente”.
Outro problema é o difícil acesso aos medicamentos nas farmácias. Francisco Sales diz que “muitas vezes as farmácias não têm os medicamentos em stock e os doentes têm de esperar várias semanas”.
O presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia alerta contudo que “o doente nunca deve deixar de tomar a medicação”.
Daí, o conselho: “tenham stock de medicação em casa porque sabem que, se deixarem chegar ao fim, poderão ter mais dificuldade em comprá-la no imediato”.
A Liga Portuguesa contra a Epilepsia estima que todos os anos surjam cinco mil novos casos da doença. Desses, cerca de 300 são candidatos a cirurgia. Mas só 50 são operados.
O Dia Internacional da Epilepsia é assinalado esta segunda-feira.