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Banco Alimentar recolheu mais de duas mil toneladas de alimentos no fim-de-semana

01 dez, 2014

Há um decréscimo face a campanhas anteriores. A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, considera que o balanço - ainda provisório - é "positivo".

Banco Alimentar recolheu mais de duas mil toneladas de alimentos no fim-de-semana
O Banco Alimentar Contra a Fome recolheu, no fim-de-semana, 2.325 toneladas de alimentos, numa campanha realizada em 1.995 superfícies comerciais, que contou com a colaboração de 42 mil voluntários.

A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, indica, em comunicado, que o balanço - ainda provisório - é "positivo", apesar de representar um decréscimo face a campanhas anteriores.

"Os resultados, que voltam a surpreender pela solidariedade que os portugueses continuam a demonstrar, mantendo um significativo apoio a uma iniciativa em que acreditam e que os mobiliza, representam um decréscimo face a campanhas anteriores, embora não incorporem ainda os resultados da campanha "Ajuda Vale" nem da campanha online, que vêm adquirindo um peso cada vez maior nas contribuições particulares", pode ler-se. 

À Renascença, Isabel Jonet justifica esta descida na recolha de alimentos com a actual conjuntura económica e destacou os melhores resultados do ano corrente: “Apesar de se ter registado um decréscimo na ordem dos 15% face à mesma campanha do ano passado, também podemos assinalar um acréscimo substancial em relação à campanha de Maio”.

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2.400 instituições de solidariedade social, que os entregarão a cerca de 425 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou refeições confeccionadas. 

A campanha do fim-de-semana ficou marcada pela introdução de sacos de papel, mais amigos do ambiente do que os tradicionais sacos de plástico. 

Consequências do embargo russo
Até ao próximo domingo, será também possível contribuir para a campanha através da "Ajuda Vale", que tem como lema "uma ajuda que não pesa mas vale", pedindo um vale com um código de barras específico para poder doar produtos nas caixas dos supermercados ou gasolineiras (BP e CEPSA).

A campanha, com o lema "Mais solidariedade num contexto de dificuldade", realizou-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar, o que está associado a menos doações da indústria agro-alimentar.

"Aquilo que se verificou nos últimos tempos foi um grande acréscimo de produtos perecíveis, nomeadamente hortofrutícolas resultantes das medidas de gestão de crise que a Comissão Europeia adoptou em virtude do embargo da Rússia às exportações da União Europeia", explicou Isabel Jonet em declarações à agência Lusa, no sábado.

No ano passado, foram entregues 23.811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.