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Hospital Garcia de Orta tem "todas as condições", garante ARS de Lisboa

30 jul, 2014

Já o conselho de administração do hospital diz que as "situações ou problemas graves" denunciados por 42 directores "não correspondem à realidade".

Estão asseguradas "todas as condições" que permitem ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, manter "os cuidados adequados à população", garante a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

A Administração Regional deixa uma “palavra de tranquilização” depois de 42 directores de serviço terem denunciado situações graves no hospital.

É feito um apelo a todos os profissionais de saúde para que "dêem o melhor de si, de forma a assegurar a melhor resposta aos seus utentes", no contexto particularmente complexo que o país atravessa. 
 
A ARSLVT adianta ainda que vai continuar a acompanhar a situação dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, "em articulação com os respectivos conselhos de administração".

Os 42 directores de serviço do Hospital Garcia de Orta denunciaram situações graves na instituição, como o adiamento de cirurgias, consultas e exames por falta de profissionais e equipamentos ultrapassados.

Os directores representam a Comissão Médica do Hospital Garcia de Orta e o documento foi enviado para o Ministério da Saúde, a Ordem dos Médicos e grupos parlamentares da Assembleia da República, entre outros.
 
Os médicos salientam "a saída de muitos médicos e enfermeiros do hospital" e referem "o impedimento da acção gestionária do conselho de administração e das estruturas intermédias de gestão do hospital, por via da centralização administrativa, no que concerne a políticas de recursos humanos e compras". Por isso, consideram que tal "afectará gravemente a prossecução da missão do Hospital Garcia de Orta e da sua actividade assistencial".
 
Outra preocupação destes chefes de serviço - entre os quais a ex-ministra da Saúde Ana Jorge -- prende-se com o estado dos equipamentos médicos, "em muitos casos completamente obsolescentes e com necessidade de substituição ou modernização urgente". 
 
"Existem casos gritantes, como o da pediatria médica, com incubadoras, ventiladores mecânicos e monitores com 20 anos de uso, que pese embora ainda funcionantes, têm taxas de operacionalidade que comprometem a qualidade dos cuidados prestados", refere a comissão no documento.  
  
O Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta diz, em comunicado enviado à agência Lusa, que as "situações ou problemas graves não correspondem à realidade" da instituição, causando "alarmismo desnecessário".

A administração refere também que o hospital, "mercê de todo o esforço dos profissionais, fez um grande esforço nos últimos anos para melhorar a eficiência e a qualidade".