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Patriarcado de Lisboa

PAG1 - Cónego Traquina nomeado Bispo auxiliar

21 abr, 2014 • Eunice Lourenço e Filipe d'Avillez

Tradicionalmente, Lisboa tem três bispos para auxiliar o Patriarca. Com a nomeação do Cónego Traquina, a equipa fica completa.

O cónego José Augusto Traquina foi nomeado, na quinta-feira, pelo Papa, Bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa.

O actual pároco de Benfica e director espiritual do Seminário dos Olivais torna-se, assim, no terceiro auxiliar de Lisboa, juntando-se a D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás.

Tradicionalmente, Lisboa tem três bispos para auxiliar o Patriarca. Com a nomeação de José AUgusto Traquina, a equipa de auxiliares fica completa.

O Cónego Traquina é natural de Évora de Alcobaça, a paróquia mais a norte do Patriarcado de Lisboa, integrada no distrito de Leiria. Entrou no seminário com já 22 anos, depois de ter cumprido serviço militar. Foi ordenado com 29.

“O novo bispo preenche inteiramente as características em que o Papa Francisco tem insistido para o ministério episcopal”, refere o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, numa declaração.

D. Manuel Clemente explica que “o Patriarcado de Lisboa, pela sua grande densidade populacional e sociocultural, requer um serviço episcopal intenso”, sendo necessário “o acompanhamento directo das múltiplas realidades pastorais e pessoais".

"Graças a Deus, a presente nomeação corresponde muito bem a tal necessidade”, conclui D. Manuel.

D. José Augusto Traquina Maria vai ser ordenado em Lisboa, no dia 1 de Junho, às 16h00, e receberá o título de bispo de Lugura, uma antiga diocese do Norte de África.

 Noites mal dormidas

O novo bispo, o “Padre Traquina” como continua a ser chamado por muitos paroquianos, actuais e antigos, diz ter recebido a notícia da nomeação com surpresa e confessa, em declarações à Renascença, que até não anda a dormir bem: “Recebi esta nomeação há poucos dia,s com surpresa, pela manifestação e confiança que o Santo Padre, o Papa Francisco me dá ao chamar-me para a ordem dos bispos. Acolho com humildade, mas não escondo que já estou há alguns dias sem dormir bem, porque, sinceramente, não estava à espera”.

“Acolho com humildade, com espírito de serviço e peço ao Senhor da messe que me conceda a graça de responder com a fidelidade com que a diocese e o povo de Deus merecem", disse ainda José Augusto Traquina.

Nascido em Évora de Alcobaça, freguesia do concelho de Alcobaça há 60 anos, Traquina começou a trabalhar no comércio aos 11 anos, estudou á noite, foi furriel na Polícia do Exército e só entrou para o seminário om 22 anos. Foi ordenado em 1983, com 29 anos.

D. Manuel Clemente foi seu professor e o Cónego Traquina assume que tem “uma alegria especial” em ir colaborar de forma ainda mais próxima com o actual Patriarca. Juntos fizeram um dos cânticos mais conhecidos dos jovens e das crianças da catequese: “Nossa Senhora do Sim”, com letra de Manuel Clemente e música de José Traquina.

Formador no Seminário de Almada e no pré-seminário, nos anos 80 e início dos 90, prior em várias paróquias da região Oeste (Bombarral, Roliça, Vale Côvo) nos anos seguintes, o Padre Traquina foi nomeado cónego em 2003 e, passados quatro anos, assumiu o lugar de prior numa das maiores paróquias de Lisboa: Nossa Senhora do Amparo de Benfica. Actualmente, é também vigário de vara da Vigararia III da Cidade e director espiritual do Seminário dos Olivais.

Pela sua vasta experiência e conhecimento da diocese, Traquina elege o aumento de vocações sacerdotais, religiosas e missionárias como o grande desafio: “A diocese precisa de mais vocações religiosas e sacerdotais, sem dúvida. É a maior diocese do país, é um desafio muito grande e o senhor Patriarca não pode enviar sacerdotes para as paróquias e para os movimentos se não os tiver”.

“Rezar pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias continua a ser um grande desafio. A oração, em primeiro lugar, mas também a sensibilização das comunidades e das famílias para esta necessidade", acrescenta.

“Precisamos, não só de mais sacerdotes e consagrados, mas, sobretudo, de mais e bons servidores do povo de Deus. Este povo de Deus merece, mas há-de ser também do mesmo povo de Deus que hão-de surgir estas vocações”, conclui o novo Bispo auxiliar de Lisboa, um pároco que chega a bispo e que não se cansa de dizer que tem aprendido e enriquecido com o testemunho dos leigos com que tem trabalhado.