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“Cristãos não se podem contentar em servir causas generosas”

20 abr, 2014 • Filipe d’Avillez

D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, diz que o Páscoa mostra que o futuro “pertence a quem ama e não a quem apenas pensa em si”.  

“Cristãos não se podem contentar em servir causas generosas”
Foto: Diocese do Porto
Os cristãos não se podem contentar em “serem simples servidores de causas generosas”, considera o novo bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos.

Na sua primeira missa de Páscoa enquanto bispo desta diocese, D. António disse que os “discípulos do Ressuscitado” são chamados a mais: “Somos defensores de uma autêntica concepção da vida redimida por Cristo e da dignidade humana recriada pela Páscoa; devemos participar nos esforços comuns para que haja equidade e justiça na Sociedade; temos responsabilidades na consciência colectiva a criar para que se eduquem as novas gerações para uma vida sóbria, para uma partilha solidária, para um testemunho cristão feliz, para um compromisso apostólico revitalizador de uma Igreja missionária e para uma responsabilidade universal na construção de um mundo melhor.”

D. António Francisco já havia dito que é através do encontro com Cristo Ressuscitado, que a Igreja celebra de forma particular este domingo, que a humanidade descobre como deve estar em sociedade e servir o bem comum: “A vida não acaba, transforma-se; a cruz do condenado converte-se em cruz florida da Páscoa; o caos cede lugar à harmonia e o medo abre caminho à esperança”.

“O futuro pertence a quem ama e não a quem apenas pensa em si”, disse ainda o bispo.

Referindo-se ao actual contexto económico e político do país, D. António alertou para os perigos da ansiedade e dos conflitos sociais: “Todos sentimos que neste tempo confuso e fragmentado por tantas e desnecessárias divisões, diminuem as esperanças de prosperidade e aumentam as inquietações perante o futuro e isso gera ansiedade nas famílias a braços com acrescidas dificuldades e provoca perplexidade sobretudo nos jovens para quem o futuro é mais inseguro.”

“Esta ansiedade pode conduzir-nos a sobressaltos e conflitos sociais que coloquem em questão um pacífico e sereno viver comum. Precisamos neste momento da sabedoria, da lucidez e da determinação de todos para que o diálogo seja a chave da harmonia e da concertação entre todos os cidadãos e para que um futuro de consenso, de justiça e de progresso seja possível”, afirmou D. António Francisco dos Santos.