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Estudo EY

Portugal vai precisar de mais tempo ou mais dinheiro

20 set, 2013 • Sandra Afonso

Segundo a previsão da consultora EY, antiga Ernst &Young, o desemprego vai continuar a amentar até 2014, o défice vai ficar acima das metas nos próximos anos e a dívida vai aumentar ainda mais. Esta será mais uma década perdida.

Portugal vai precisar de mais tempo ou mais dinheiro
Portugal não vai conseguir regressar aos mercados no próximo ano, como previsto, e deverá precisar de mais dinheiro. É a previsão da consultora EY, antiga Ernst &Young, para o nosso país, que traça um cenário difícil.

A consultora conclui que Portugal não vai conseguir financiar-se sozinho e terá apenas duas opções: ou pede mais tempo à “troika” ou acesso a linhas de crédito do Fundo de Resgate e do Mecanismo de Estabilidade Europeia.

Soluções para fazer face ao buraco nas contas públicas, que se agravou com a instabilidade política e a mais recente chumbo do Tribunal Constitucional.

Segundo as previsões da consultora, Portugal deverá falhar consecutivamente as metas do défice, até 2015, ano em que já deveria estar fora da zona de incumprimento. Este ano, vai ficar acima de 6% e no próximo nos 5,5%, longe dos 4% acordados com os credores.

Mas além de gastarmos mais do que produzimos, vamos também aumentar ainda mais a dívida, que deverá chegar perto dos 136% do Produto Interno Bruto (PIB).

O inesperado crescimento da economia no segundo trimestre é, assim, semente que não deu fruto. Este será o terceiro ano em recessão e nos próximos quatro anos, o crescimento anual não irá além de 1%.

De acordo com este relatório, a recuperação vai ser lenta e dolorosa. Cerca de 80% do esforço de redução do défice já é suportado pelos impostos, pelo emprego e salários públicos.

O rendimento disponível das famílias vai continuar a diminuir até 2015. Restam as exportações, como motor de crescimento da economia, mas só isso não chega.
Esta será, segundo a EY, mais uma década perdida.