Fórum Ortodoxo-Católico

“O ecumenismo parte da amizade”, explica padre Duarte da Cunha

05 jun, 2012 • Filipe d’Avillez

Terceiro Fórum Ortodoxo-Católico começa hoje e junta em Lisboa duas dezenas de padres e bispos de vários pontos da Europa.  

“O ecumenismo parte da amizade”, explica padre Duarte da Cunha
Começa esta tarde o terceiro Fórum Ortodoxo-Católico que decorre este ano em Portugal e traz a Lisboa duas dezenas de bispos e padres, representantes das principais igrejas ortodoxas e das conferências episcopais católicas da Europa.

O secretário do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, monsenhor Duarte da Cunha, explica qual é o objectivo deste encontro, este ano subordinado ao tema: “Crise económica e pobreza: desafios para a Europa hoje”.

“Precisamos de enfrentar aquilo que são os problemas actuais e esta crise que afecta a Europa parece-me evidente que tem de ser abordada por nós. Essa abordagem será feita teologicamente, porque apesar de não ser um diálogo sobre a doutrina, é um diálogo que parte da nossa fé, da teologia”, diz o padre português.

A ideia é poder apresentar uma resposta conjunta para este problema: “É uma abordagem teológica sobre os problemas que a Europa atravessa e esperamos poder ter alguma proposta e uma posição comum sobre a crise que afecta muitos países ortodoxos e católicos, sobretudo do sul mas também do Norte”.

Estes encontros são também uma forma de estreitar relações entre responsáveis católicos e ortodoxos. Também assim se faz ecumenismo, explica o padre Duarte: “O ecumenismo, hoje em dia, parte da amizade e das relações humanas, porque essa amizade depois abre as inteligências e abre o coração para que as pessoas encontrem caminhos de união”.

“Estes encontros em que há tempo de oração comum, tempo de conversa, em que se almoça e janta juntos, são momentos em que se afirmam relações de amizade, em que as pessoas se começam a conhecer.”

O padre Duarte clarifica que a ideia destes fóruns, que partiu da Igreja Ortodoxa Russa, não é de substituir o diálogo doutrinal: “O objectivo não é substituir a comissão de diálogo que já existe, que trata de questões de doutrina, mas sim colocarmo-nos juntos à mesa para discutir questões sociais, pastorais e antropológicos que sejam mais da área do trabalho concreto da pastoral das igrejas”.

É ainda uma forma de fazer ouvir nas instituições europeias uma voz cristã unida: “É também um desafio às instituições europeias e à sociedade e ao Governo para que se possam ver confrontados por uma posição em comum de católicos e ortodoxos sobre os temas actuais”.