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Estudo

Portugal no topo da lista de cuidadores informais de idosos

25 fev, 2011

Um estudo da Deco indica que, se não fosse este cuidado, mais 80% dos idosos estariam em lares.

Portugal tem um maior peso de cuidadores informais em relação a países como a Bélgica, Espanha e Itália. Se não fosse o apoio de cuidadores informais, sobretudo de familiares directos, mais de 80% dos idosos teriam de ser internados em lares.

É o que mostra um estudo da Deco, associação de defesa do consumidor, baseado em mil entrevistas a idosos. Ainda assim, cerca de 40% dos entrevistados alegam não receber quaisquer cuidados por parte dos que lhes são mais próximos.


Cuidadores são mulheres e esquecem-se de cuidar de si
A maioria dos cuidadores informais são, em Portugal, mulheres, sobretudo filhas, mães ou cônjuges. Muitos aceitam a tarefa por falta de alternativa ou obrigação moral, mas esquecem-se de cuidar de si. Revelam ansiedade, falta de concentração, vontade frequente de chorar, revolta, cansaço, insónia, tonturas, dor no peito, falta de ar, cãibras, espasmos musculares, falta de apetite, náuseas e vómitos, descreve a Deco.

Os cuidadores lavam, passam a ferro, vão às compras, fazem companhia e transportam os idosos.

Os cuidados médicos e de enfermagem lideram as necessidades de um quarto dos entrevistados portugueses. Um número semelhante recorreu a uma empregada doméstica.

Para 72% dos inquiridos, o recurso a ajudas teve impacto no orçamento familiar, mas consideram que "é uma despesa imprescindível".