Bens Culturais da Igreja

“Melhor forma de preservar o património é usá-lo”

18 out, 2011 • Ângela Roque

Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja quer dar mais visibilidade ao trabalho que se faz nesta área

“Melhor forma de preservar o património é usá-lo”

O Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja assinala-se hoje, pela primeira vez, com o objectivo de destacar o trabalho que se tem feito - e faz - em muitas dioceses do país.
Sandra Costa Saldanha, do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, sublinha a importância da iniciativa, cuja necessidade “já se fazia sentir há bastante tempo, nomeadamente, por parte dos agentes diocesanos no terreno”.

De acordo com esta responsável, foi “por proposta deles” que o dia foi instituído - este ano, centrado em Braga -, de modo a “partilhar com o público em geral um trabalho muitas vezes pouco visível, feito de norte a sul do país”.

“Existem dioceses com uma actuação bastante consistente”, sublinha Sandra Costa Saldanha.

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, presidiu à sessão de abertura deste primeiro Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja. No encerramento, ao final da tarde, estará o secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas.

Conhecer e fruir
O tema do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja é “Património da Igreja: Conhecer e Fruir”. A grande aposta é a divulgação do património, dá-lo a conhecer,  porque ser utilizado é a melhor forma de o preservar. “Não há melhor forma de preservar o património cultural do que utilizá-lo, por isso o que vamos discutir, entre outras coisas, são as formas de utilizar e de fruir, dinamizar este património. É uma matéria que tem estado muito aquém daquilo que são as potencialidades do património cultural, mas que serão objecto de discussão neste encontro”, afirma Sandra Costa Saldanha.

Para melhor poder cuidar do património, é essencial a colaboração com o Estado e, neste campo, diz a responsável do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, as perspectivas são boas: “A tradição deste relacionamento entre a Igreja e o Estado é já longa e, recentemente, pudemos retomar as conversações com a Secretaria de Estado e as perspectivas são animadoras. Continua a existir todo o empenho em apoiar, naquilo que for possível, a nossa actividade e, nessa matéria, vai ser reactivada a comissão bilateral que foi estabelecida com a assinatura da Concordata e, portanto, retomar esse tema das relações entre a Igreja e o Estado para a área do património.

“As perspectivas são boas, apesar da crise”, sublinhou Sandra Costa Saldanha, destacando, ainda, o entusiasmo que estas actividades suscitam.
Este trabalho pretende ser um incentivo e um “empurrão” para as dioceses menos activas. Por isso, a iniciativa de Braga reúne quem já tem mais experiência, para dar o exemplo. Outro dos objectivos do dia “é lançar um tema a ser desenvolvido durante o ano”.