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Vaga de migrantes. Grécia pede ajuda à Europa e ONU fala em "caos total"

07 ago, 2015

As infra-estruturas do país estão à beira da ruptura e não há capacidade de resposta, declarou Alexis Tsipras.

Vaga de migrantes. Grécia pede ajuda à Europa e ONU fala em "caos total"

O primeiro-ministro grego pede ajuda à União Europeia para lidar com a vaga de migrantes que tenta chegar à Europa através do Mediterrâneo. As infra-estruturas do país estão à beira da ruptura e não há capacidade de resposta, declarou Alexis Tsipras.

“Enfrentamos problemas significativos para lidar com o problema e, por isso, pedimos ajuda à União Europeia”, disse o primeiro-ministro grego.

Tsipras diz que está na altura de confirmar “se estamos na União Europeia da solidariedade ou na União Europeia em que cada um só pensa em proteger as suas fronteiras”.

A Grécia foi o país europeu que recebeu mais migrantes nos primeiros sete meses do ano. Um total de 124 mil pessoas desembarcaram no país vindos do norte de África, entre Janeiro e Julho.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) fala numa situação de “caos total” nas ilhas gregas e pede a Atenas que tome medidas.

“O nível de sofrimento que testemunhámos nas ilhas gregas é insuportável. As pessoas pensam que chegaram à União Europeia, mas forma como são tratadas não é aceitável”, declarou o director do ACNUR na Europa, Vincent Cochetel, defendendo que as autoridades de Atenas devem “liderar e coordenar a resposta” ao problema.

Em 30 anos a prestar auxílio aos refugiados, Vincent Cochetel diz que nunca viu uma situação como esta. “Estamos na União Europeia e isto é uma vergonha total”, acusa o director do ACNUR na Europa.

Mais de 200 mil atravessaram o Mediterrâneo
Cerca de 224 mil migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo em direcção à Europa nos primeiros sete meses deste ano, divulgou esta quinta-feira a ONU.

Quase todas estas pessoas atravessaram o Mediterrâneo, muitas vezes em embarcações frágeis e em condições precárias, mediante um pagamento a redes de tráfico de seres humanos.

Dos 224 mil refugiados que atravessaram Mediterrâneo até Julho, 124 mil desembarcaram na Grécia e cerca de 98 mil em Itália. Durante o mesmo período, mais de 2.100 pessoas perderam a vida no mar ou estão dadas como desaparecidas.

"A maioria das pessoas que atravessa o Mediterrâneo são refugiados que fogem da guerra e da perseguição, e não migrantes económicos", disse porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), William Spindler, salientando que a guerra civil síria é responsável por 38% das chegadas verificadas até Julho último.

No top de nacionalidades segue depois a Eritreia (12%), Afeganistão (11%), Nigéria (5%) e a Somália (4%).