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Juiz conselheiro pede “transparência” nos casos Sócrates e BES

20 jun, 2015 • Liliana Monteiro

Santos Cabral defendeu também a criação de uma agência contra a corrupção.

Juiz conselheiro pede “transparência” nos casos Sócrates e BES

O juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça Santos Cabral considera que é preciso “transparência” em casos como o de José Sócrates ou do BES sob pena das pessoas deixarem de acreditar na Justiça.

“O momento que nós vivemos é um momento crucial. As expectativas dos cidadãos estão em grande parte voltadas para a forma como o sistema judicial, no sentido amplo, vai equacionar ou tratar muitos dos casos. Estou a referir-me muito concretamente ao caso do ex-primeiro-ministro e ao caso BES. Se não forem tratados de forma transparente, límpida, clara para todos os nossos concidadãos corremos o risco de que aquilo que eles consideram ser a trave mestra do Estado de direito – que é o sistema judicial – nem sequer nessa efectivamente confiarem”, disse.

São declarações do antigo director da Polícia Judiciária nas Jornadas da Corrupção na Figueira da Foz.

Santos Cabral defendeu também a criação de uma agência contra a corrupção onde estivessem os melhores magistrados do Ministério Público, os melhores peritos, onde estivesse o melhor que nós pudéssemos convocar nesta área”.

O conselheiro sublinhou ainda que o sistema financeiro age muitas vezes sem ética lamentando que se assista a uma subserviência do poder judicial às entidades reguladoras.