10 jul, 2014 • Pedro Mesquita
Os depositantes do BES podem estar mais do que confiantes, garante Patrick Monteiro de Barros, um dia depois de anunciar que abandona o conselho de administração da Espírito Santo Financial Group, invocando razões de saúde e a idade.
Em entrevista à Renascença, o empresário sublinha que “o Banco Espírito Santo está com rácios excelentes” e que o Banco de Portugal exigiu - e bem, na sua opinião - que fossem tomadas medidas que reforçam essa situação. “É um banco seguro”, assevera.
Nestas declarações, sustenta que as dificuldades se limitam ao ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo e manifesta-se convicto de que a administração está “a tomar as medidas adequadas para reverter a marcha e salvar o grupo de uma situação difícil”.
Já sobre o sucessor de Ricardo Salgado, Patrick Monteiro de Barros elogia a escolha de Vítor Bento. “Sei que ele tem um curriculum universitário e profissional excelente. É uma pessoa muito conceituada. Está ligada ao sector bancário. É uma pessoa perfeitamente capaz”, acredita.
Monteiro de Barros desconhece se esta escolha foi imposta pelo banco central. Considera, no entanto, ser “uma decisão que tem que se aceitar”, já que é ao Banco de Portugal que cabe a última palavra, na matéria.
Sobre o papel do supervisor, em todo o caso, Monteiro de Barros considera que, “dada a dimensão do BES, o Banco de Portugal esteve muito atento”. “Fez o seu papel de regulador e supervisor”, defende.
Patrick Monteiro de Barros comentou ainda as críticas do ex-presidente da Câmara do Porto sobre o que diz ser o silêncio da justiça no caso BES. Num Estado de Direito “a justiça faz aquilo que tem de fazer”, lembrou o empresário, acrescentando não saber qual o motivo para as afirmações de Rui Rio, que entende puderem ser “mais de carácter político”.