Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​A paz nunca esteve tão longe

25 jan, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O processo de paz entre israelitas e palestiniano está morto e enterrado.

A ideia em que assentava o chamado processo de paz entre israelitas e palestinianos – que na realidade pouco avançou nas últimas décadas – era a coexistência de dois Estados: Israel e Palestina. Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, nunca acreditou na solução de dois Estados. E fez tudo para a inviabilizar, com a contínua expansão dos colonatos judeus em território palestiniano.

Os palestinianos também não ajudaram. Divididos entre Autoridade Palestiniana, que manda – quando manda… - na Cisjordânia, e o Hamas, que domina a pequena faixa de Gaza, sendo que o Hamas não reconhece o Estado de Israel e não renunciou ao terrorismo.

A chegada de Trump à Casa Branca deu a machadada final no processo de paz.

Trump vai transferir a embaixada americana de Telavive para Jerusalém (algo inaceitável pelos palestinianos) e nomeou um embaixador ardentemente favorável a Israel. Respaldado em Trump, Netanyahu já acelerou a multiplicação dos colonatos em Jerusalém. Deixou de fazer sentido falar em processo de paz entre israelitas e palestinianos.

Comentários
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  • MASQUEGRACINHA
    25 jan, 2017 TERRADOMEIO 20:08
    Concordo com o Justus. É, muitas vezes, difícil perceber qual a concreta opinião do Sr. S. Cabral. E, apesar do meu pessimismo, concordo também que não deixou de fazer sentido falar do processo de paz - aliás, pelo contrário, tornou-se ainda mais urgente fazê-lo.
  • João Galhardo
    25 jan, 2017 Lisboa 19:46
    Muito bem, Justus. Faço das suas as minhas palavras.
  • Justus
    25 jan, 2017 Espinho 18:31
    Não, senhor Sarsfield, não deixou de fazer sentido falar de processo de paz entre israelitas e palestinianos. Hoje, mais que nunca, devemos falar, escrever e incentivar esse acordo. Ou será que apenas interessa a guerra permanente, a desordem, as matanças, o caos e a pobreza? O que não interessa é falar por falar, escrever por escrever, sem ter uma opinião, sem dizer de que lado se está, sem apontar erros e soluções. Narrar fatos, que são do domínio público e que todos conhecemos, não serve para nada. Qual a sua opinião, Sr. Sarsfield, sobre o Estado Palestiniano e sobre o Estado Judeu? É a favor ou contra? O que pensa do povo judeu e do povo palestiniano, devem conviver juntos ou separados e, se separados, como se faz essa separação? Uma vez que seja emita uma opinião, diga de que lado está ou então que não está em lado nenhum. De contrário é melhor estar quieto porque, comentador sem opinião, não serve para nada.
  • MASQUEGRACINHA
    25 jan, 2017 TERRADOMEIO 18:01
    E assim se prova, sem mais margem para qualquer dúvida, por pequenininha que seja, o que já se sabia: quem manda são eles, e como eles dizem, ponto final no assunto. Pelo gosto de ir bicando migalhas que caem da mesa do Grande Homem Que Salvará a América (aquilo devia de estar mesmo muito mal, a precisar de tanta salvação), os Alternativos e os KKK andam muito calados, terão metido o anti-semitismo no saco? Duvido... Cá vamos assistindo serenamente ao desenrolar de dislates que provam ao Trump que o Trump é homem de dito e feito. Partilho o pessimismo do articulista quanto ao fim do processo de paz, e mais: é quase certa uma onda de violência cega, se de facto Israel e a América abusarem de quem nada mais tem a perder. O que justificará ainda mais medidas securitárias por parte de Trump, e bem sabemos ao que essas justificações conduzem. Saberá a América tomar conta, pelo menos, de si mesma? E Israel, em que monstro se está a tornar?
  • António Costa
    25 jan, 2017 Cacém 10:12
    Afinal o "nosso amigo" Donald Trump não é assim tão imprevisível. Vamos regressar às condições iniciais, de quem é quem: - A disputa pela supremacia no Médio Oriente entre Xiitas (Irão) e Sunitas (Arábia Saudita). O Irão conta com o apoio da Rússia e apoia os palestinianos dos territórios ocupados. A Arábia Saudita, Israel e Turquia formam uma "tripla aliança" algo "estranha". Esta "tripla-aliança" fruto de interesses comuns momentâneos ( O Irão é o inimigo comum ) "pariu" o autodenominado "Estado Islâmico". Como o Irão possui armamento nuclear vamos ver como é que isto tudo vai acabar....num mundo onde "os terroristas" são sempre os outros. Os EUA, com Trump, parecem terem abandonado a politica do "chove-e-não-molha" e colocado ao lado da "tripla-aliança" contra o Irão.