Entre 7 e 18 de julho, arderam mais de 12.500 hectares de floresta na região de Leiria – uma área superior a toda a cidade de Lisboa. Nos concelhos de Alvaiázere, Leiria, Ansião e Pombal, contam-se agora os estragos - e esperam-se os apoios do Estado. José espera conseguir reconstruir a cozinha, que ficou reduzida a cinzas. Sérgio viu 400 mil euros da sua empresa esfumarem-se.
No espaço de poucas horas, cerca de três mil hectares transformaram-se em cinzas, na freguesia de Colmeias e Memória. Duas casas foram consumidas pelo fogo. Artur Santos, o presidente da junta, denuncia a falta de limpeza de terrenos. Já Duarte Ascensão, que faz trabalhos de manutenção florestal, queixa-se de ameaças de proprietários. Numa vasta mancha negra, um olival limpo sobreviveu.
O fogo passou pela casa de José Paixão, deixando-a parcialmente destruída. Mas o idoso de 87 anos regressou. Cinco anos depois de Pedrógão Grande, a lembrança da tragédia continua viva no distrito de Leiria. Hugo Oliveira, vice-presidente da bancada do PSD, defende que o Estado deve apoiar famílias que perderam habitação e sustento.
As chamas fustigaram Ansião e roubaram ao concelho perto de 2.500 hectares numa semana. Em Mogadouro, Arlinda perdeu a casa, mas ainda não sabe. “Quando ela souber, coitadita, fica ali no meio do chão”, diz Alice Simões, uma irmã. Sérgio Freire foi salvo das chamas por um vizinho, David Rodrigues sente que, “quando corre uma coisa mal, tudo corre mal.”