Crédito à habitação. PSD acusa bancos de adiarem "qualquer intervenção" e chama Centeno ao Parlamento
03-02-2023 - 16:39
 • Manuela Pires

“O que se tem procurado fazer da parte dos bancos e do Banco de Portugal é ir protelando qualquer intervenção e ação mais concorrencial e compensadora para os clientes bancários”, afirma António Leitão Amaro.

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O PSD quer ouvir no Parlamento o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, por causa da dificuldade que os clientes têm em renegociar os créditos à habitação.

Os sociais-democratas estão preocupados com a falta de concorrência e a passividade do supervisor bancário.

Além do governador do Banco de Portugal, o PSD vai chamar ao Parlamento a associação de defesa do consumidor DECO, a Associação Portuguesa de Bancos e a Autoridade da Concorrência.

Em declarações à Renascença, o vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, diz que o Banco de Portugal nada faz a favor dos clientes dos bancos.

“O que se tem procurado fazer da parte dos bancos e do Banco de Portugal é ir protelando qualquer intervenção e ação mais concorrencial e compensadora para os clientes bancários, para ir preservando margens financeiras elevadas. O PSD respeita muito o objetivo de reforçar os capitais dos bancos, temos impressão que esse argumento está a ser abusado”, afirma o deputado social-democrata.

António Leitão Amaro refere que a chamada destas entidades ao Parlamento “é um passo em que procuramos que sejam dados já sinais públicos evidentes quer de mais ação dos reguladores quer de uma mudança de comportamento concorrencial dos bancos”.

O vice-presidente do PSD avisa que “se esses sinais não ocorrerem, se os bancos não compreenderem que têm que competir pelo melhor serviço e pelas melhores condições aos seus clientes e não uma transferência para si próprios, se os bancos não agirem, se o Banco de Portugal e o Governo continuarem tão passivos, há necessidade de intervenções subsequentes e eventualmente legislativas”.