Luanda Leaks. Novas buscas no âmbito da investigação a Isabel dos Santos
18-06-2020 - 06:40
 • Renascença

A filha do ex-Presidente de Angola é acusada de gestão danosa e evasão fiscal, num processo que envolve a alegada transferência de 115 milhões de dólares.

O juiz Carlos Alexandre presidiu a uma megaoperação de buscas, nas últimas horas,no âmbito da investigação ao caso Luanda Leaks.

Segundo avança o jornal "Económico", a casa do antigo advogado de Isabel dos Santos, Jorge Brito Pereira, bem como o escritório de advogados Uria Menendez, onde trabalhou até final de janeiro, foram alvo das buscas realizadas em Lisboa, Porto e Algarve.

A divulgação de documentos confidenciais, que ficou conhecida por Luanda Leaks, levantou suspeitas sobre a verdadeira origem da fortuna de Isabel dos Santos. Em causa estará o desvio de dinheiro do Estado angolano, através de contas em paraísos fiscais.

A filha do antigo Presidente de Angola está a ser investigada em Portugal pela compra da participação na Efacec.

Isabel dos Santos foi constituída arguida, em Angola, na sequência das revelações do “Luanda Leaks”, uma mega investigação conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) e os seus parceiros. Foram revelados, no final de janeiro mais de 715 mil ficheiros, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

A investigação jornalística revela o esquema montado por Isabel dos Santos para desviar mais de 100 milhões de euros da Sonangol para o Dubai.

De acordo com a mesma investigação, que em Portugal foi liderada pelo Expresso, a filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, utilizou recursos públicos em benefício próprio, numa operação que terá contado com o apoio de quatro portugueses, envolvidos neste caso.

Feitas as contas a mulher mais rica de África soma participações em 169 holdings, que integram 423 empresas de 41 países. Portugal é o país onde a “princesa” de Angola detém mais participações – 101, atualmente, 142, no total e desde 2005. Da energia, às telecomunicações, passando pela banca saiba quais são as empresas portuguesas que com ligações à empresária angolana.


[notícia corrigida às 9h00 em relação à fonte das buscas]