Rui Rio: "O PS olha para o Estado como se fosse dono disto tudo"
23-09-2019 - 10:09
 • Raul Santos Renascença

Na discussão sobre os casos polémicoas envolvendo membros do Governo e o "familygate", António Costa disse que "no PS não existe banho de ética que, depois, é à medida do freguês".


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O presidente do PSD, Rui Rio, acusou esta segunda-feira o PS de, "historicamente", se sentir como "dono do Estado" quando está no poder.

"O PS, historicamente, desde sempre, tem um tique quando está no poder: olha para o Estado como se fosse o 'dono disto tudo'", acusou Rio no frente a frente decisivo com António Costa, após ser confrontado com o rol de "casos" que, em quatro anos, atingiram elementos do Governo socialista.

A abordagem deste tema partiu da mais recente polémica, a das golas antifumo, que levou à demissão do secretário de Estado José Artur Neves.

Rio disse não pretender falar de casos concretos nem esquecer o princípio da presunção da inocência,mas não rejeitou fazer "uma leitura global da situação ", aproveitando para criticar o PS.


Reveja o debate na íntegra:


"Quando o engenheiro Guterres falou dos 'jobs for the boys' quis dizer ao aparelho que não ia ser assim, mas acabou por ser assim porque é a cultura dominante", acusou, sem deixar de reconhecer que "o PSD também tem telhados de vidro".

O líder do PSD sublinha que estas práticas resultam em "défices de gestão nos servços públicos".

"Muita da degradação dos serviços públicos tem muito a ver com o modo como se fazem estas nomeações", reforçou.

O líder do PS retorquiu aludindo à expressão "banho de ética", que é uma marca da intervenção de Rio: "No PS, não existe banho de ética que, depois, é à medida do freguês."

Sobre o caso das golas em si, Costa refugiou-se no princípio de aguardar pelas conclusões do inquérito em curso da IGAI e da investigação do Ministério Público,: "Se houve alguma irregularidade, as autoridades farão o seu dever."

Costa reafirmou, no plano político, o "louvor" a José Artur Neves, porque "deu um contributo muito importante para reforçar o sistema de prevenção dos incêndios".

"Eu entendo a figura do arguido como ela efetivamente é. Prevalece, hoje, a ideia de que um arguido é um acusado, quando se trata de um estatuto em que a pessoa reforça os seus direitos", reforçou.