Maiores grupos privados de saúde rejeitam eutanásia
14-02-2020 - 14:15
 • Eunice Lourenço

Mello Saúde e Luz Saúde não vão praticar morte assistida caso a lei seja aprovada.

Os dois maiores grupos privados da área da Saúde em Portugal – a Mello Saúde (hospitais Cuf) e a Luz Saúde – vão recusar fazer eutanásia, caso a legalização da morte assistida seja aprovada no Parlamento.

O anúncio da recusa da eutanásia pelo grupo Mello foi feito através de um comunicado enviado aos seus colaboradores internos, divulgado pelo jornal "Expresso" esta sexta-feira. A José de Mello Saúde, dona da rede de hospitais e clínicas CUF, justifica a decisão com o “respeito absoluto pela vida humana e pela dignidade da pessoa”.

Para este grupo, a vida “é o primeiro e o mais elevado de todos os valores” e deve ser colocado acima dos interesses da ciência e da sociedade. Por isso, todos os oito mil colaboradores da Mello saúde devem estar comprometidos com o Código de Ética do grupo segundo o qual cada pessoa “é um sujeito de direitos e não um objeto das intervenções médicas”.

A Mello Saúde, além da rede CUF, gere o Hospital de Vila Franca de Xira, em regime de parceria público-privada (PPP).

A Renascença sabe que o grupo Luz Saúde, dono por exemplo do Hospital da Luz, em Lisboa, e de 24 outros hospitais e clínicas, também vai recusar a prática de eutanásia se a lei for aprovada no Parlamento.

Este grupo tem tido, aliás, uma aposta nos cuidados paliativos e continuados e deverá reforçar essa aposta. Além dos hospitais e clínicas privados, a Luz Saúde gere o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.