Putin pede aos militares ucranianos que tomem o poder
25-02-2022 - 15:11
 • Ricardo Vieira, com agências

Presidente russo dirigiu apelo ao Exército da Ucrânia: "não permitam que neonazis e nacionalistas usem os vossos filhos, esposas e idosos como escudo humano”, declarou o líder da Rússia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou esta sexta-feira aos militares ucranianos que derrubem o Governo de Kiev e tomem o poder.

Vladimir Putin lançou este repto numa declaração televisiva, numa altura em que as tropas russas estão a preparar o assalto à capital da Ucrânia.

"Estou a dirigir-me aos militares das forças armadas ucranianas mais uma vez: não permitam que neonazis e nacionalistas usem os vossos filhos, esposas e idosos como escudo humano”, declarou o líder da Rússia.

"Tomem o poder nas vossas próprias mãos. Parece que vocês e nós vamos conseguir mais facilmente chegar a um acordo do que com aquele gangue de viciados em drogas e neonazis em Kiev", atirou Vladimir Putin.

Antes deste apelo ao Exército ucraniano, um porta-voz do Kremlin disse que o Presidente russo está disponível para enviar uma delegação a Minsk, capital da Bielorrússia, para conversações com representantes da Ucrânia.

A desmilitarização do país vizinho é uma das exigências da Rússia, de acordo com as palavras do porta-voz do Kremlin.

O Presidente russo também disse esta sexta-feira ao ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, que está disposto a realizar "negociações de alto nível" com a Ucrânia, após ter lançado uma operação militar contra aquele país.

Citado pela televisão estatal CCTV, Xi Jinping apelou a que Kiev e Moscovo "resolvam os seus problemas por meio de negociações".

O líder chinês acrescentou que Pequim "respeita a soberania e a integridade territorial dos Estados", mas ressalvou que é "importante respeitar as preocupações legítimas de segurança de todos os países envolvidos".

Por seu lado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou nas últimas horas a aparecer numa gravação onde deixa críticas e apela ao cessar-fogo.

“Fomos deixados sozinhos a defender o nosso país. Quem está pronto para lutar ao nosso lado? Não vejo ninguém. Quem quer dar à Ucrânia a garantia de pertencer à NATO? Todos têm medo.”

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.