Prémio europeu "dá mais motivação". Filipa quer tornar aprendizagem digital mais acessível a crianças com deficiência visual
04-07-2023 - 20:47
 • Renascença

O projeto da engenheira informática portuguesa consiste em tornar a aprendizagem digital mais acessível para crianças com deficiência visual.

Filipa Rocha, engenheira informática portuguesa de 27 anos, foi distinguida pelo Instituto Europeu de Patentes com o segundo lugar no Prémio Jovens Inventores 2023.

O seu trabalho, que consiste em tornar a aprendizagem digital mais acessível junto de crianças com deficiência visual, utiliza uma programação baseada em blocos de lego, que pode ser controlada a partir de um robô, semelhante a um jogo de computador de arrastar e largar.

Em declarações à Renascença, a engenheira informática garante que o prémio é uma motivação para continuar o seu trabalho.

“Só a nomeação e por ser o Instituto Europeu de Patentes é um privilégio e, portanto, agora ter um segundo prémio dá ainda mais motivação para continuar o meu trabalho. Significa mesmo muito que tenha sido reconhecida por esta grande empresa. E estar no meio deste evento é fantástico. É uma grande motivação para o meu trabalho.”

A engenheira informática explica que o projeto tem como objetivo garantir às crianças com deficiência visual a oportunidade de aprender a programar de uma forma mais simples.

“Apesar de existirem vários ambientes mais dedicados às crianças para elas começarem a programar, acabam por não ser acessíveis a crianças com deficiências visuais", refere.

Filipa Rocha explica que a sua invenção agora premiada ensina as crianças com deficiência visual a programar através do tato, com blocos físicos.

"A nossa ideia foi passar isto tudo para o físico, ou seja, ter os blocos físicos, ter um robô, tudo físico que é para eles conseguirem ter uma noção espacial do que é que estão a construir e como é que podem construir um programa e como é que isso influencia o comportamento do robô. E começam assim então a aprender os conceitos mais básicos em mover o robô, fazer com que um robô fale, mude as luzes... pronto começam assim a aprender os conceitos mais básicos”, sublinha.

Filipa Rocha diz que tem tido a colaboração de escolas de referência e de famílias com crianças afetadas por deficiência visual. A inventora garante que as crianças gostavam de progredir nas aprendizagens.

Nós temos tido imensa colaboração das escolas de referência em Lisboa e de algumas famílias também que têm crianças com deficiências visuais e tivemos ótimo feedback. As famílias e as crianças gostaram imenso, até os deram mais ideias para incorporar nos blocos, que outros tipos de ações é que podíamos incorporar aqui no projeto e mesmo até para eles progredirem com a ferramenta. Eles gostaram mesmo do projeto e gostavam de progredir nos conceitos de programação”, explica a inventora em declarações à Renascença.