Vacinação. Família acredita que “mais vale prevenir do que remediar”
20-08-2021 - 11:40
 • Bruna Sousa

No próximo fim de semana, arranca a vacinação dos primeiros jovens com idades entre os 12 e 15 anos. A Renascença falou com uma mãe e duas filhas sobre as expectativas e os receios em torno deste processo.

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Maria João é mãe de Joana, de 15 anos, e Catarina, de 13 anos. Em entrevista, referiu que a possibilidade de vacinação das filhas sempre esteve em cima da mesa. “Estou de acordo com a vacinação e penso que é uma necessidade mesmo”. Considera, ainda, que a vacinação antes do início do ano letivo é essencial. “Não vai ajudar, vai ser primordial”, mencionou.

Assim, crê que Joana e Catarina estarão mais seguras quando regressarem às aulas e não tem dúvidas que as filhas pensam o mesmo. Apesar da certeza, admite que os receios não deixam de existir. De qualquer das formas, sublinha que os medos não são exclusivos para esta faixa etária, “porque não há, ainda, a noção de todas as possíveis consequências que as vacinas podem ter”.

Lembrou que as preocupações são iguais às que sentiu quando foi a sua vez. No entanto, garante que é preciso tirar conclusões sobre os números de novos casos e mortes avançados diariamente. Maria João é professora, passa os dias em salas de aulas com diversos alunos e sabe que, assim, estará mais protegida.

Apesar das incertezas, considera que a recomendação de vacinação foi bem explicada, mas, não só para estas idades, como para todas as outras. “Penso que foram suficientemente esclarecedoras, tanto para os adolescentes, quanto para os jovens adultos. Para todas as idades!”.

Joana e Catarina querem ser vacinadas, mesmo que isso interrompa as suas férias. As irmãs afirmaram que, acima de tudo, querem manter-se em segurança e proteger quem está à sua volta. “Assim, a minha família e todos os que me rodeiam ficam mais seguros e a probabilidade de eu ficar doente é baixíssima”, disse Catarina.

Apesar de aguardar ansiosamente pela vacinação, Joana acredita que a decisão deveria ser apenas sua. “Essa decisão deveria ser exclusivamente minha. Estou consciente das consequências que poderei ter, mas também estou ciente que posso garantir a segurança perante mim e perante os outros”, justificou.

Já a irmã acha que é uma decisão que deverá ser tomada pelos progenitores. Catarina explicou que “os pais sempre deram a opinião sobre tudo, por isso isto não é uma escolha diferente das outras. Eu devo respeitar a opinião deles, eles a minha e, se eles derem uma opinião diferente...devo segui-la, pois eles têm mais experiência de vida”.

Embora, até à data, o número de inscritos fique aquém das expectativas da “task force” e da Direção-Geral de Saúde (DGS), Joana e Catarina garantem que todos os seus amigos querem ser vacinados.

Catarina avança outra perspetiva. De acordo com a jovem de 13 anos, possivelmente, quem não se vacinar vai ser alvo de chacota e discriminação na escola. Imaginando-se na situação, refere - “se não tomar, acho que vão pensar que sou uma ignorante ou que não sei nada sobre isto”.

Joana, de 15 anos, não nega o medo de poder reagir mal à vacina. Já Catarina tem receio de poder apanhar uma outra doença. “Os cientistas ainda não afirmaram que a vacina é 100% eficaz e segura. Os receios que eu tenho é de apanhar uma doença na mesma escala que o Covid, do mesmo perigo, ou pior.”

De qualquer modo, os receios não afastam a vontade. Maria João e as suas filhas acreditam que “mais vale prevenir do que remediar”. Agora, esperam pela sua vez para serem vacinadas.

Datas a reter:

A partir da meia-noite de quinta-feira até o próximo sábado, o autoagendamento para a vacinação contra a Covid-19 está reservado para quem tem entre 12 e 17 anos.

Já os jovens que tenham 14 e 15 anos podem fazer agendamento para o fim de semana de 21 a 22 de agosto.

Depois, os adolescentes entre os 12 e 13 anos serão apenas vacinados no fim de semana seguinte, 28 e 29 de agosto.