​Governo desvaloriza atrasos das vacinas. “Estamos muito perto do que tínhamos previsto”
19-02-2021 - 12:12
 • Cristina Nascimento , Celso Paiva Sol

Secretário de Estado da Saúde revela que a grande prioridade é proteger as faixas etárias mais vulneráveis e diz ser “prematuro falar de desconfinamento”.

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O secretário de Estado da Saúde desvaloriza o atraso na chegada das vacinas contra a Covid-19, garantindo que o plano de vacinação está a decorrer sem grandes sobressaltos.

“Provavelmente em vez dos 11 milhões que estariam previstos no final do primeiro semestre de vacinas em global, estaremos na ordem dos oito ou nove milhões, o que ainda assim poderá chegar para vacinar 3,6 milhões de pessoas, o que me parece que ainda assim vai corresponder aquilo que era a fase inicial do plano", disse Lacerda Sales aos jornalistas, em Coimbra.

"Mesmo com estes cortes que têm acontecido, estamos muito perto do que tínhamos previsto no plano inicial”, reforça.

Segundo Lacerda Sales cerca de 6,3% da população está vacinada, sendo que 2,3% com as duas doses.

"O plano de vacinação está em alinhamento com os países da Europa."

Referiu-se ainda à mudança de concentrar o esforço de vacinação nos mais velhos. "Há de facto uma grande prioridade em proteger as faixas etárias mais vulneráveis", explicou, garantindo que "isso não significa que os serviços essenciais não sejam vacinados".

Sobre o tempo de confinamento que o país atravessa, afirmou: "É prematuro estarmos a falar de desconfinamento".

"O que queremos assegurar é que cada um de nós possa seguir o que são as regras. Queremos garantir um confinamento seguro", reforçou o secretário de Estado.

Segundo o jornal Expresso, que cita declarações do coordenador da 'task force', Henrique Gouveia e Melo, a escassez de vacinas levou à alteração do plano inicial da vacinação, retardando a vacinação às Forças Armadas e forças de segurança, bombeiros, elementos de órgãos de soberania, como tribunais e o Parlamento, e mesmo médicos que não estejam na linha da frente.

Assim, o grosso das vacinas disponíveis será administrado a dois grupos: a pessoas com 80 ou mais anos e a pessoas entre os 50 e os 79 anos com uma das quatro doenças de maior risco para a covid-19 (cardíaca, coronária, renal e respiratória grave).

De acordo com o semanário, a escassez das vacinas e a necessidade de proteger os mais vulneráveis à Covid-19 levaram o novo coordenador da 'task force' a redefinir prioridades na vacinação.

A Covid-19 já matou em Portugal 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, segundo a Direção-Geral da Saúde.