Passos Coelho entra na campanha. Governo de Costa é "ilusionista" perito em "truques"
20-05-2019 - 17:29
 • Manuela Pires

Rangel diz que, no PSD, ao contrário do que acontece no PS, não é preciso esconder antigos líderes.

Pedro Passos Coelho chegou esta segunda-feira à campanha do PSD para as eleições europeias e o grande alvo das suas críticas foi o Governo socialista de António Costa, que na opinião do ex-primeiro-ministro só vende ilusões e é perito em "fazer truques".

"Hoje investe-se menos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) do que no tempo em que eu fui primeiro-ministro, quando não havia dinheiro", referiu o antecessor de Costa.

As críticas ao atual executivo não ficaram por aí. "Eu digo onde está o truque e o ilusionista: foi quando eles disseram que acabou a austeridade, mas têm mais cativações e têm mais quebra de investimento e mais, trouxeram a mais alta carga fiscal que o país já conheceu em democracia. Agora já não falam do enorme aumento de impostos nem do ministro Vítor Gaspar."

No discurso que fez no almoço de campanha em Cascais, Pedro Passos Coelho lembrou que a Europa está a assistir a um crescimento de populismos e de radicalismos e que isso acontece quando os "políticos enfrentam dificuldades e passam as responsabilidades para os outros", numa alusão ao Governo socialista de José Sócrates que antecedeu o seu.

Apesar das divergências do passado, quando Passos Coelho e Paulo Rangel foram adversários numas eleições diretas do partido, o ex líder do PSD reconhece que o cabeça de lista do partido às europeias é "um candidato de confiança, que no essencial tem defendido em Bruxelas a visão do PSD".

Perante uma sala cheia, Paulo Rangel agradeceu a "presença marcante de Passos Coelho", que foi à campanha a convite de Rui Rio, e garantiu que, "ao contrário dos socialistas, nós não escondemos candidatos e não precisamos de esconder os antigos líderes e temos muito orgulho neles".

Nesta reta final da campanha, quando falta uma semana para a ida às urnas em Portugal, o dia começou com uma viagem de comboio entre o Cais do Sodré e Cascais, oportunidade para Rangel apontar de novo baterias ao adversário socialista nas europeias, o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Marques.

"A linha de Cascais e também Sintra são um exemplo dos fracassos deste Governo e, em particular, daquele ministro que agora é cabeça de lista do PS", referiu.

Paulo Rangel percorreu as carruagens cheias, deu canetas e acabou por falar mais inglês, francês e até alemão, porque àquela hora as carruagens seguiam sobretudo cheias de turistas.