Guterres diz ao mundo: ​“A diversidade pode juntar-nos e não separar-nos”
13-10-2016 - 16:04

No seu primeiro discurso como secretário-geral das Nações Unidas designado, defendeu a igualdade entre homens e mulheres, uma diplomacia de paz e apontou alguns dos principais desafios: a crise de refugiados, o terrorismo e a ascensão do populismo.

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“A diversidade pode juntar-nos e não separar-nos”, apelou António Guterres no seu primeiro discurso depois de ter sido aclamado secretário-geral da ONU pelos 193 membros da assembleia geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Numa intervenção muita marcada por questões humanistas, o antigo primeiro-ministro de Portugal defendeu que "a ONU tem que ser capaz de fazer a diplomacia pela paz e pelo diálogo".

O novo secretário-geral da ONU diz aos líderes mundiais que "não tem todas as respostas" para os inúmeros problemas que afectam o planeta. Promete "trabalhar como mediador e construtor de pontes" para ajudar a encontrar as melhores soluções.

"O estado do mundo inspira uma atitude humilde", sublinha.

António Guterres apontou dois dos principais problemas que ameaçam a humanidade nesta segunda década do século XXI: o terrorismo global e a ascensão de movimentos populistas.

O antigo alto comissário das Nações Unidas para os refugiados também destacou o problema das crises de refugiados: "Ao longo dos últimos dez anos vi em primeira mão o sofrimento das pessoas em pior estado do mundo. Locais onde se pode perguntar o que aconteceu ao valor e à dignidade inerente a cada pessoa, de que falamos na nossa carta".

O novo secretário-geral da ONU também defendeu a necessidade de promover a igualdade entre homens e mulheres na ONU e em todo o mundo. "Há muito que estou ciente dos obstáculos que as mulheres enfrentam só por serem mulheres. Vi a violência a que são sujeitas. A protecção das mulheres e a sua capacitação são, e continuarão a ser, uma prioridade para mim", prometeu.

Guterres é o novo líder das Nações Unidas, mas considera que o "verdadeiro vencedor é a credibilidade da ONU" pela forma transparente como a sua eleição decorreu no conselho de segurança.

Num discurso em Inglês, Francês e Castelhano, elogiou o secretário-geral cessante Ban Ki-moon e o trabalho desenvolvido pelos capacetes azuis para tentar conter os vários conflitos mundiais.

Secretário-geral das Nações Unidas designado, António Guterres garantiu que não terá "nenhuma agenda a não ser a da Carta das Nações Unidas".