Lei da eutanásia aprovada na especialidade. Votação final global pode ser já na sexta-feira
07-12-2022 - 10:23
 • Tomás Anjinho Chagas

PS, BE e IL votaram a favor, PSD absteve-se e PCP e Chega votaram contra. Conferência de líderes está marcada para esta tarde.

O texto de substituição da lei da eutanásia foi aprovado na especialidade esta quarta-feira pelo Partido Socialista (PS), Bloco de Esquerda (BE) e Iniciativa Liberal (IL). O Partido Social Democrata (PSD) absteve-se. Chega e PCP votaram contra.

Após três adiamentos, a votação na especialidade do texto final sobre a lei da eutanásia teve lugar esta manhã no Parlamento, em mais um passo para tentar ultrapassar o veto político do Presidente da República.

O debate e votação da lei da eutanásia, que tem por base projetos de lei do PS, Iniciativa Liberal, BE e PAN, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, já foi adiado três vezes.

Com a 'luz verde' na especialidade, a lei da eutanásia segue para votação final global em plenário, que poderá ocorrer já na sexta-feira. A decisão só será tomada depois da conferência de líderes que terá lugar a partir das 14h30 de hoje.

A reunião desta tarde entre Santos Silva e os líderes parlamentares servirá para o presidente da AR decidir se aceita que o projeto de resolução do PSD para um referendo à eutanásia seja debatido e votado no Parlamento.

PSD e Chega queriam adiar votação uma semana

A aprovação da lei na especialidade teve lugar depois de o PSD ter pedido, durante a manhã, que a votação fosse adiada por uma semana.

O pedido foi feito pela deputada Paula Cardoso, que acredita que adiar a votação não "compromete" o processo legislativo e daria tempo à Assembleia da República para se pronunciar sobre a intenção do PSD em levar a morte medicamente assistida a referendo.

Mas o PS foi claro: "A resposta é não, sra. deputada", disse a deputada socialista Isabel Moreira. Para o PS, este pedido "não é mais do que um expediente dilatório" da parte do PSD.

Pela voz do deputado Pedro Pinto, o Chega disse concordar com o pedido sob o argumento de que atrasar a votação uma semana não prejudicaria em nada o processo.

Caso o texto hoje aprovado na especialidade seja aprovado em votação final global, o diploma seguirá para a secretária de Marcelo no Palácio de Belém. O Presidente da República pode promulgar ou vetar o decreto do Parlamento ou ainda enviá-lo para o Tribunal Constitucional (TC) se tiver dúvidas sobre a sua conformidade com a lei fundamental.

O texto de substituição da despenalização da morte medicamente assistida foi fechado em meados de outubro no grupo de trabalho sobre a eutanásia.

[atualizado às 11h05]