Dezenas de terroristas matam 305 pessoas em mesquita do Egipto
24-11-2017 - 12:56

Ataque ainda não foi reivindicado, mas as autoridades suspeitam do autodenominado Estado Islâmico. Foram declarados três dias de luto.

Aumentou de 270 para 305 o número de mortos do atentado desta sexta-feira contra uma mesquita da região do Sinai, no Egipto.

A actualização do número de vítimas foi feita por Nasrala Mohamed, presidente da câmara de Bir al-Abed, localidade onde ocorreu o atentado, em declarações à televisão estatal egípcia.

Segundo a mesma fonte, 90 pessoas ficaram feridas no ataque levado a cabo por cerca de 40 terroristas, que explodiram uma bomba e abriram fogo sobre a multidão.

O alvo foi a mesquita Al Rawdah, frequentada por muçulmanos sufis.

O ataque, que ainda não foi reivindicado, é já considerado o mais mortífero dos últimos três anos na região.

“Eles disparavam contra as pessoas à medida que deixavam a mesquita”, afirma uma testemunha citada pela agência Reuters. “Até disparavam contra as ambulâncias”, acrescenta.

Outras testemunhas descrevem um cenário de várias ambulâncias a circular, a transportar as vítimas para os hospitais mais próximos, e a televisão estatal mostra imagens de pessoas feridas e de corpos cobertos com cobertores dentro da mesquita.

Algumas horas depois do ataque, a força aérea do Egipto atacou alvos em zonas montanhosas em redor de Bir al-Abed.

O Presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, reuniu-se de emergência com as forças de segurança. O Governo decretou três dias de luto.

“As forças armadas e a polícia vão vingar os nossos mártires e restaurar a segurança e estabilidade com a maior força”, garantiu o Presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, numa declaração ao país.

“O que está a acontecer é uma tentativa para travar os nossos esforços na luta contra o terrorismo, para destruir os nossos esforços de parar o terrível plano criminoso para destruir o que resta desta região”, frisou.

As forças de segurança do Egipto têm estado a combater o autodenominado Estado Islâmico no Norte do Sinai, onde vários membros do grupo terrorista já mataram centenas de polícias e militares desde o início da batalha, que se intensificou nos últimos três anos.

Os alvos do grupo terrorista são, sobretudo, as forças de segurança, mas também abrangem mesquitas, igrejas cristãs e peregrinos.

Em Julho, pelo menos 23 soldados foram mortos num ataque suicida com um carro armadilhado que atingiu dois postos de controlo no Sinai. Foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Em Maio, vários atiradores atacaram um grupo de coptas e fizeram 26 mortos.

Marcelo e Trump condenam atentado

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem de condolências e solidariedade ao homólogo egípcio.
"Quero igualmente condenar, de forma veemente, este bárbaro ataque que reforça a minha convicção de que o combate ao terrorismo e a defesa da vida e dignidade humana deve ser uma missão de todos e para a qual todos devem permanecer unidos e solidários", refere Marcelo Rebelo de Sousa.

"Quero transmitir-lhe, Senhor Presidente, em meu nome e em nome do povo português, toda a solidariedade para com o sofrimento e o luto do povo egípcio e, de modo particular, com as famílias das vítimas a quem dirigimos, através de Vossa Excelência, os sentimentos do nosso sentido pesar", conclui o chefe de Estado português.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já condenou o ataque terrorista, que rotulou de “horrível e cobarde”.

“O mundo não pode tolerar o terrorismo, temos de os derrotar militarmente e desacreditar a ideologia extremista que constitui o pilar da sua existência”, escreveu Trump no Twitter.

[notícia actualizada às 11h15 de sábado, com o aumento do número de mortos para 305]