Madeira paga testes Covid-19 a todos quantos entrem no território
01-07-2020 - 11:31
 • Marta Grosso , Joana Gonçalves (entrevistas)

Cerca de meio milhão de euros é quanto vai custar a medida só nos primeiros dois meses. “O potencial infetado é como uma bomba-relógio”, diz Miguel Albuquerque.

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A partir da próxima semana, o Governo Regional da Madeira alarga ao Porto a realização (e financiamento) de testes à Covid-19 a todos os passageiros que viajem para o arquipélago.

O anúncio é feito pelo secretário Regional do Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, em entrevista à Renascença.

“Já é possível fazer os testes em Lisboa, querendo viajar para a Madeira ou para o Porto Santos, sendo o Governo Regional a assumir o respetivo custo. E na próxima semana, teremos a mesma oferta no Porto”, avança.

Segundo Eduardo Jesus, a medida “é o culminar de toda uma estratégia que procura transmitir às pessoas duas coisas: primeiro, que este é um território onde a pandemia está efetivamente controlada e, segundo, transmitir uma informação que nos parece primordial nesta fase – que todas as pessoas que entram neste território foram testadas”.

É, pois, uma questão de confiança, tão importante na retoma da economia. Uma “mensagem de confiança. Não vamos ignorar”, confirma o presidente da região autónoma à Renascença.

“Nós estamos a atravessar uma crise, vai ser longa, difícil, mas temos também de continuar a dar – como demos – um exemplo de civismo na forma como as pessoas se comportaram durante a pandemia. E agora vamos todos trabalhar para a recuperação económica da Região Autónoma da Madeira”, acrescenta.

A medida de testagem a todos os passageiros começou a ser implementada em Lisboa nesta quarta-feira e vai custar, no total das duas cidades e apenas nos primeiros dois meses, cerca de meio milhão de euros aos cofres regionais.

“Vamos assegurar a testagem, vamos financiar, porque entendemos que isso é uma medida importante, sobretudo para uma terra que depende 26% do PIB do turismo”, sublinha ainda Miguel Albuquerque.

No entender do dirigente madeirense, “o potencial infetado é como um indivíduo que transporta a bomba-relógio, portanto, nós temos a obrigação de fazer tudo ao nosso alcance para salvaguardar os valores essenciais, que é a vida e a saúde de cada um de nós”.

Se chegou à Madeira sem teste, “terá de efetuar o teste à chegada”, refere ainda o presidente do governo regional. Os resultados são entregues “em menos de 12 horas”.

A Madeira tem um total de 93 casos confirmados desde que a pandemia chegou ao país (e até à contagem efetuada pela Direção-Geral de Saúde até terça-feira, dia 30 de junho), nenhum deles resultou em óbito. A evolução tem sido muito lenta e o número de casos ativos é hoje de apenas dois.

As novas medidas tomadas pelo arquipélago são conhecidas neste dia 1 de julho, dia em que, no continente, também entram em vigor novas regras e em que, nas ilhas, se assinala o Dia da Madeira.

Recorde aqui as críticas que Miguel Albuquerque deixa ao Presidente da República, numa entrevista à Renascença em que o dirigente madeirense arrasa Marcelo Rebelo de Sousa.