​Aumento “persistente” de casos em Lisboa não se deve ao desconfinamento, garante ministra
23-05-2020 - 14:56
 • Cristina Nascimento

Marta Temido esclareceu ainda que o Governo não está a equacionar realizar testes generalizados aos profissionais que vão garantir a reabertura do ensino pré-escolar.

Veja também:

A ministra da Saúde, Graça Temido, garante que o aumento “persistente” de casos que se continua a registar em Lisboa e Vale do Tejo não está relacionado com medidas de desconfinamento, mas sim a “momentos de relaxamento” em ambiente laboral.

“Tudo leva a crer que estamos perante focos e surtos de novos casos associados a locais de trabalhar, quer empreendimentos comerciais e industriais e a algumas situações de obra de construção civil”, explicou Marta Temido, na conferência de imprensa diária da Direcção-Geral de Saúde.

Marta Temido explicou que se trata de “algum relaxamento e descontração [dos trabalhadores] durante as pausas para almoço, de mudas de roupa e até ao facto de utilizarem meios de transporte que, não sendo públicos, são coletivos e onde há algum alívio das cautelas que têm de ser consideradas”.

A governante garantiu que os casos estão a ser acompanhados e que será feito “um trabalho mais de detalhe para conter estes focos”.

“Pouquíssimos casos” apanhados nos rastreios das creches

Quando faltam poucos dias para a reabertura do ensino pré-escolar, a ministra da Saúde foi questionada se, à semelhança do que aconteceu nas creches, os trabalhadores do pré-escolar vão ser testados.

Marta Temido explicou que foram apanhados “pouquíssimos casos” nos rastreios feitos e que “o nível de risco diferente”, o Governo não está a equacionar a realização desta testagem generalizada.

Ainda no que diz respeito a números, as autoridades de saúde foram questionadas sobre o número de óbitos devido a Covid-19 entre os profissionais de saúde.

A diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, diz não ter conhecimento oficial de óbitos nestes setores profissionais e apela aos médicos responsáveis pelos certificados de óbito para serem mais precisos nas informações prestadas.

“Nos certificados de óbito há campos de preenchimento não obrigatório, mas desejável, nomeadamente a profissão da pessoa que morreu, para percebermos o que se passa em determinados grupos profissionais. O que apelamos aos médicos é que preencham essa informação no certificado de óbito”, explicou Graça Freitas.