"Habituei-me a olhar a Renascença como um elemento das nossas famílias", afirma o novo patriarca de Lisboa, D. Rui Valério.
Na semana em que o cónego Paulo Franco foi anunciado como novo presidente do conselho de gerência do Grupo Renascença Multimédia, D. Rui Valério concedeu uma entrevista onde começa por falar sobre as palavras trocadas com o Papa Francisco, no Vaticano, no âmbito do consistório em que D. Américo Aguiar foi criado cardeal.
Teve oportunidade de falar com o Papa?
Tive ocasião de trocar com ele umas breves impressões, mas foi para ouvir dele um encorajamento e uma estratégia de escancarar dificuldades que me desarmou completamente. Portanto, todo o argumentário que eu trazia comigo para lhe apresentar, ele, com duas breves palavras, desarmou-me. E foi uma experiência muito interessante, muito emocionante.
O senhor trazia-lhe um conjunto de preocupações, e o que é que ele disse?
Falou-me em beber um copo de água e seguir em frente. E eu acatei, é que nem sequer tive tempo para lhe perguntar se em vez de água podia ser chá. Não tive tempo para isso, é beber água e seguir em frente…
Muito pragmático, no fundo. O senhor também um bocadinho assim….
Para mim é um elogio, obrigado por me estar a aproximar do Papa Francisco! Verdadeiramente é um pastor, que nos arrebata, é bem o rosto do bom pastor que é Jesus Cristo.
Temos agora um novo administrador na Renascença. Quer dar-nos uma palavra nesta nova fase da nossa história?
A pessoa que vai para a Rádio Renascença servir - eu diria servir a Igreja, ao mesmo tempo que serve o povo, que serve Portugal - vai ao serviço da verdade, vai servir a proximidade, a luz, porque a Rádio Renascença é tudo isso.
Eu sou filho de um camionista, como sabem, o meu pai era um dos amigos declarados da Rádio Renascença que não falhava a uma daquelas festas que eram organizadas, e era um grande divulgador dos princípios, da mística, e sobretudo da boa companhia que ele tinha na Rádio Renascença. Durante todo o dia, aquelas horas de solidão que ele passava ao volante de um grande camião, tanto em território pátrio como em alguns países estrangeiros, ele levava sempre consigo esta fiel companhia que era a Rádio Renascença, levando a família com ele no coração e o seu inseparável Terço.
Habituei-me a olhar para a Rádio Renascença como um elemento das nossas famílias, e o reverendo padre Paulo Franco vai exatamente para continuar a calcorrear este caminho, colocando-se perante ele, como todos estamos cientes disso, fortes desafios, que no entanto, com a nossa ajuda, com a nossa oração e com a nossa proximidade também, ele vai, com a Rádio Renascença, e com todos aqueles que colaboram na Rádio Renascença - seja na parte da locução, na parte da administração, na parte do executivo, seja com a Rádio Renascença na vertente dos estimados e afetuosos ouvintes - ele vai conseguir, obviamente, vencer e levar a bom porto esta maravilhosa barca que ele agora também povoa.
E uma palavra para os ouvintes?
Vou evocar exatamente essa experiência do meu pai que, na sua condição de profissional, mas depois mesmo quando se reformou, ele nunca conseguiu separar-se da Renascença. Ele fez uma cultura de escuta da rádio e a rádio que o acompanhava verdadeiramente era a Rádio Renascença, com a vantagem de aí ter também um guia espiritual, sobretudo para a recitação do Santo Rosário, para o Angelus do meio-dia e para aquelas reflexões periódicas e quotidianas que eram feitas acerca do Evangelho do dia.
Aos ouvintes estimados, por quem eu rezo aqui em São Pedro, gostaria de vos agradecer, antes de mais, a vossa disponibilidade, mas sobretudo a vossa fidelidade a este projeto. É um projeto que obviamente nasceu a partir do rosto, de uma ideia, de um projeto de alguém, mas é um projeto fundamentalmente de Jesus Cristo, que ao guiar a sua Igreja, colocou à disposição dos portugueses este instrumento de trabalho, em ordem ao caminho pastoral, à evangelização e à promoção dos mais elevados valores que se pautam por afirmar a dignidade do ser humano.
Palavras como respeito, liberdade, verdade, não são meros lemas que se dizem e que o vento desvanece. São princípios, valores que regem e sustentam a vida, a ação e também a experiência, quer dizer, aquela parte mais pessoal dos nossos profissionais. Por isso, caríssimos e amigos ouvintes, para vós e convosco, somos parte da vossa família.