O director de comunicação do Benfica, Luís Bernardo, diz, em Bola Branca, que o clube "não estava preparado para lidar com o crime organizado, "um domínio novo para o Benfica, ao contrário do que acontece noutro clube".

"O Benfica não estava preparado para lidar com o crime organizado. Quem nos acusa tem um passado ligado a processos, como a acusação do director-geral do FC Porto, Luís Gonçalves, ao árbitro Hugo Miguel, a quem disse que a sua carreira ia ser curta e inclusivamente desceu de divisão", declara o director de comunicação dos benfiquistas, um dia depois das buscas realizadas pelo Ministério Público e Polícia Judiciária ao Estádio da Luz e às casas do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, e do responsável da área jurídica, Paulo Gonçalves.

Bernardo mostra estranheza por não se conhecerem desenvolvimentos de processos que relaciona com os portistas e enumera casos: "A ameaça do presidente do FC Porto ao árbitro Rui Costa, a quem disse que lhe ia tratar da saúde. Ou as ameaças no centro de treino dos árbitros. Custa-nos a entender como nada se sabe destes processos."

Sublinhando que a investigação que decorre "visa verificar de que forma foi violada a correspondência informática interna do Benfica e como o FC Porto teve acesso a essa informação", o director de comunicação do Benfica lamenta que "disso nada se sabe" e recorda que "ainda ontem [quinta-feira], o dr. João Correia [advogado do Benfica] pediu celeridade nessa investigação".

"Não escondo que é um domínio novo para o Benfica, ao contrário do que acontece noutro clube. Estamos certos que, se a justiça for célere, este assunto será rapidamente esclarecido", sublinha Bernardo.

Equipa bem, mas árbitros condicionados

Luís Bernardo garante que o caso dos e-mails não tem afectado o rendimento dos jogadores da equipa principal de futebol do clube, mas entende, contudo, que o assunto tem prejudicado os encarnados pelo facto de os árbitros entrarem condicionados nos jogos do Benfica, devido às acusações que lhes estão a ser feitas pelo FC Porto.

"O que se verifica é que há um ambiente de condicionamento e pressão sobre as equipas de arbitragem. Esse foi um dos principais objectivos desta campanha. Em relação ao rendimento da equipa do Benfica, temos um grupo muito profissional e organizado. Uma equipa que tem conseguido grandes resultados, que ganhou 12 dos últimos 16 títulos. Há sim, uma pressão acrescida no julgamento dos árbitros no momento do jogo", considerou.

Contactado por Bola Branca, o director de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, preferiu para já, não prestar declarações sobre o caso dos e-mails.