19 out, 2017 - 10:37
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) confirmou, esta quinta-feira, em comunicado, que há buscas em curso no âmbito do caso dos e-mails do Benfica e que um suspeito é investigado por corrupção passiva e activa.
"No âmbito de um inquérito da 9.ª secção do DIAP de
Lisboa, foram emitidos mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativos a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e activa", no âmbito de um inquérito que "investiga a prática, por parte de um suspeito, dos referidos crimes, relacionados com os denominados 'e-mails do Benfica'", lê-se no comunicado da PGDL.
O DIAP de Lisboa avança também que "a operação encontra-se em curso, contando com a presença de quatro magistrados do Ministério Público, dois juízes de instrução e 28 elementos da PJ, incluindo inspectores e peritos financeiros e contabilísticos e informáticos".
Depois de a informação de que havia buscas em curso em instalações do Sport Lisboa e Benfica ter sido confirmada à Renascença por fonte da PJ, uma fonte oficial do clube da Luz negou à Renascença que estivessem a decorrer buscas.
Alguns órgãos de comunicação social avançaram, também, que as buscas se estendiam às residências do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, e também de Pedro Guerra, elemento ligado à BTV e um dos rostos mais conhecidos do universo do comentarismo televisivo benfiquista.
De acordo com a revista "Sábado", foram entregues à PJ e-mails onde constam mensagens trocadas entre o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, e o presidente benfiquista, "referentes à oferta de bilhetes para jogos do Benfica, no Estádio da Luz, e ainda para a final da Liga Europa, em Turim, na época de 2013/14".
Na origem do "caso dos e-mails" está a divulgação pelo Porto Canal de correspondência electrónica entre responsáveis do Benfica e destes com diversos agentes ligados ao mundo do futebol.
Estas buscas acontecem depois de o Tribunal da Comarca do Porto ter rejeitado, a 13 de Outubro, uma providência cautelar avançada pelo Benfica para tentar travar a divulgação de novos dados por parte do canal televisivo nortenho.
A providência incidia sobre o FC Porto, a SAD do clube e ainda as empresas FC Porto Media e Porto Canal, pedindo que fosse proibida a divulgação de mais e-mails e o pagamento de um milhão de euros de cada vez que a proibição fosse desrespeitada.
[notícia actualizada às 12h10, com comunicado da PGDL]