"É injusto generalizar". Ataque no Centro Ismaili foi "claramente um ato isolado", diz Marcelo
28-03-2023 - 18:06
 • Ricardo Vieira

Presidente da República visitou Centro Ismaili após ataque que provocou a morte a duas mulheres. A comunidade ismaelita é "muito pacífica" e é preciso evitar generalizações, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.

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O ataque no Centro Ismaili de Lisboa foi "claramente um ato isolado" com "motivações pessoais", diz Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava aos jornalistas após uma visita ao Centro Ismaili, horas depois de um homem ter assassinado duas funcionárias.

"Estando a decorrer ainda as investigações é prematuro tirar conclusões, mas é claro que é um ato isolado, daquilo que se apurou até agora, e com motivações psicologicamente isoladas de uma determinada pessoa, num determinado quadro pessoal e familiar", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente sublinha que "as investigações estão em curso e é cedo para avançar com posições definitivas" e que "não há nada que justifique um ato criminoso como este".

"Por aquilo que é contado com um grau de pormenor grande por quem acompanhou de perto o que se passou, com uma pessoa que era conhecida e apoiada, com crianças, nesse sentido eu não queria ir mais longe em termos fáticos mas há pessoas que em determinados momentos da vida, num determinado contexto, são determinadas por motivos pessoais ou familiares e reagem de uma determinada maneira", sublinha o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa "lamenta profundamente" o ataque desta terça-feira e endereça condolências, em nome do Estado português, às famílias das vítimas.

O chefe de Estado manifesta também solidariedade para com a comunidade ismaelita, "uma comunidade muito pacífica".

O Presidente da República elogiou a rápida intervenção das forças de segurança, que podem ter evitado uma tragédia de maiores dimensões, e diz que é previso evitar generalizações após este ataque.

"Sendo um ato isolado e atingindo uma comunidade muito pacífica, continuo a esperar que a comunidade ismaelita prossiga o seu apoio social a portugueses e não portugueses. Nós devemos muito aos ismaelitas e não pode ser um ato isolado que determine o fechamento da comunidade ismaelita, que tem sido tão generosa, permanentemente, em termos sociais. Por outro lado, que a sociedade portuguesa compreenda que de um ato isolado não é possível generalizações. A comunidade afegã é muito pequena, é injusto estar a generalizar", sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.

Um ataque ao centro ismaelita em Lisboa fez esta terça-feira dois mortos e um ferido.

O atacante é um cidadão de nacionalidade afegã, que terá usado uma faca de grandes dimensões para atingir as vítimas. O suspeito foi alvejado pela PSP e levado para o hospital, não correndo perigo de vida.