Nem remdesivir, nem interferon. Dexametasona corticosteroide é "único eficaz" contra a Covid-19
16-10-2020 - 19:09
 • Lusa

Organização Mundial da Saúde diz que os medicamentos remdesivir e interferon “têm pouco ou nenhum efeito na prevenção da morte" nos casos mais graves de Covid-19.

Veja também:


O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, diz que até agora a dexametasona corticosteroide é a única terapêutica comprovadamente eficaz contra a Covid-19, para doentes com manifestação grave da doença.

Falando numa conferência de imprensa ‘online’ a partir da sede da organização, em Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus insistiu que, segundo os dados do ensaio patrocinado pela OMS, os medicamentos remdesivir e interferon não são eficazes na luta contra a Covid-19.

Os resultados do estudo já tinham sido divulgados e foram mesmo questionados pela farmacêutica norte-americana Gilead, que disse parecerem “inconsistentes”, lembrando que outros ensaios validam o benefício do antiviral.

No entanto hoje na conferência de imprensa os responsáveis da OMS assinalaram que os ensaios provisórios mostram que o remdesivir e o interferon “têm pouco ou nenhum efeito na prevenção da morte por Covid-19 ou na redução do tempo no hospital”, com o diretor-geral a frisar que se tratou do maior ensaio já feito, envolvendo 13 mil pessoas de 500 hospitais em 30 países.

O diretor-geral lembrou na conferência de imprensa que em junho foi retirado do estudo a hidroxicloroquina e que em julho os pacientes também deixaram de tomar a combinação dos medicamentos de lopinavir e ritonavir.

O responsável máximo da OMS agradeceu aos participantes no estudo e disse esperar que os resultados completos sejam publicados em breve numa “importante revista científica”, acrescentando que o ensaio está a recrutar cerca de 2.000 doentes todos os meses e que irá avaliar outros tratamentos, incluindo anticorpos monoclonais e novos antivirais.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e noventa e nove mil mortos e quase 39 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.149 pessoas dos 95.902 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.