Treinador do Bayer Leverkusen teria tirado a equipa de campo perante insultos racistas
19-02-2020 - 14:40
 • Renascença

Peter Bosz assume que a sua abordagem, frente a um "caso Marega", teria sido diferente da de Sérgio Conceição.

O treinador do Bayer Leverkusen, Peter Bosz, revelou, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, como teria reagido se algo como o "caso Marega" tivesse acontecido a um jogador da sua equipa.

O avançado do FC Porto deixou o relvado ao minuto 71 do jogo frente ao Vitória de Guimarães, no domingo, devido aos insultos racistas de que estava a ser alvo. Os jogadores e o treinador, Sérgio Conceição, do FC Porto tentaram impedir Marega de sair. Contudo, Peter Bosz teria tido uma atitude diferente: "Comigo, toda a equipa teria saído de campo."

"O racismo não pertence ao futebol nem à sociedade, não é aceitável, temos de dizer claramente não ao racismo. Falei com a equipa sobre isso. Somos todos iguais, não importa a nossa cor de pele", aditou.

Testemunho na primeira pessoa


O médio alemão Nadiem Amiri, que estava ao lado de Peter Bosz, na conferência de imprensa, é de origem afegã e revelou que sofreu um episódio do género, quando jogava por outra equipa, nos sub-17.

"Um jogador de outra equipa insultou-me de forma racista. Temos de olhar para a frente, é só isso que importa", aconselhou.

Amiri está, portanto, em posição privilegiada para opinar sobre o racismo e quais devem ser as consequências: "Isso não cabe no mundo e no futebol, não devia existir. O nosso sangue tem a mesma cor, apesar de a pele ser diferente. As pessoas responsáveis devem ser identificadas."

O Bayer Leverkusen-FC Porto, da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, está marcado para quinta-feira, às 20h00, na BayArena, em Leverkusen, na Alemanha. Encontro que terá relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.