Costa admite fechar escolas "se a estirpe inglesa for predominante"
19-01-2021 - 15:25
 • Cristina Nascimento

Primeiro-ministro deu este exemplo como sendo um cenário em que admite encerrar os estabelecimentos de ensino. Costa reafirma que "dará os passos atrás" necessários, consoante o que for a realidade.

Veja também:


O primeiro-ministro, António Costa, admite vir a fechar as escolas "se a estirpe inglesa da Covid-19 for predominante" no país. O anúncio foi feito no Parlamento onde decorre um debate sobre política geral.

Costa deu este exemplo como sendo uma das possíveis medidas a adotar caso a evolução da pandemia em Portugal obrigue a "dar passos atrás".

“Estamos a bater-nos para manter escolas abertas, porque sabemos o custo social de fechar. Amanhã [quarta-feira], vamos começar campanha de testes rápidos. Se amanhã soubermos, daqui a 15 dias soubermos, que a estirpe inglesa se tornou dominante no nosso país vamos ter de fechar as escolas”, afirmou António Costa.

De acordo com o último relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, foram detectados no país um total de 72 casos de infecção associados a esta nova variante.

O mesmo documento revela também que “a diversidade genética e dispersão geográfica desta variante é concordante com a ocorrência de múltiplas introduções independentes e aponta para a existência de transmissão comunitária”.

Na segunda-feira, o Conselho de Ministros extraordinário optou por manter as escolas de todos os graus de ensino em regime presencial. No entanto, vários especialistas têm vindo a fazer um apelo para que sejam encerradas.

Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda que este assunto vai ser discutido na próxima semana, durante a reunião com especialistas na sede do Infarmed.

“É isso que vai ser ponderado na sessão aberta. Vai ser importante ouvir os especialistas, na terça-feira, dizer o que pensam sobre as escolas. Há pontos de vistas diferentes quanto aos vários graus de ensino, que há uma via, vamos lá ver se permanece”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

Ao contrário do que aconteceu no ano passado, o Governo decidiu manter as escolas abertas e o ensino presencial a funcionar em pleno durante a nova fase de confinamento geral, que arrancou no final da semana passada.

O primeiro-ministro, António Costa, disse na segunda-feira que as escolas vão manter-se abertas em ensino presencial, lembrando que “as ondas de crescimento de pandemia” ocorreram em tempos de pausa letiva. As Atividades de Ocupação de Tempos Livres (ATL) voltam a abrir, mas apenas para crianças com idade inferior a 12 anos, permanecendo encerrados os ATLs para as restantes.

“Há uma opção de fundo que fizemos e que julgamos correta. Não se justifica, do ponto de vista sanitário, o custo social e no processo de aprendizagem impor por um segundo ano letivo consecutivo as limitações ao ensino presencial”, afirmou António Costa sobre a decisão de as escolas continuarem abertas.

Esta terça-feira, Portugal atingiu um novo máximo diário de 218 mortes devido à Covid-19.

Desde a chegada da pandemia a Portugal, em março do ano passado, já morreram mais de 9.246 pessoas com Covid-19 e quase 557 mil casos foram confirmados, de acordo com o balanço avançado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Evolução da Covid-19 em Portugal