18 ago, 2024 - 12:02 • Fábio Monteiro com Lusa
Ana Faria, cantora e fundadora das bandas "Onda Choc" e "Queijinhos Frescos", morreu no sábado, com 75 anos.
A notícia é avançada pelo marido, Heduíno Gomes, no Facebook.
Nos anos 80 e 90, Ana Faria ficou conhecida por múltiplos projetos musicais dirigidos às crianças, com destaque para o grupo Queijinhos Frescos.
A banda contava com os seus três filhos: Pedro, Nuno e João Faria Gomes.
Também através do Facebook, o investigador musical e radialista João Carlos Calixto, recorda a cantora como criadora de projetos “importantíssimos para a educação do gosto de tantas e tantas crianças”.
Em 1986 surgiu o projeto dos Onda Choc, outro projeto popular junto do público infanto-juvenil, no qual foram adaptadas canções pop internacionais.
Ana Faria tornou-se conhecida em 1969 quando participou no programa "Zip-Zip", onde cantou "Canção de Embalar", de José Afonso.
Lançou o primeiro álbum a solo,"Violeta Flor", em 1982, com originais da própria, do marido e de Mário Piçarra.
Também participou em projetos de recriação da música tradicional portuguesa com os grupos Decibel e Terra a Terra.
Em declarações à Renascença, Júlio Isidro recorda numa cantora que deixa um marco para várias gerações.
“A Ana Faria teve um trabalho notável no divertimento educacional das crianças, com o ‘Brincado aos Clássicos’. Ela propõe peças de música clássica e adapta-as com letras e com outros arranjos para as crianças poderem cantarolar coisas que pareciam inacessíveis”, diz.
Júlio Isidro fala ainda de Ana Faria como uma pedagoga que ensinou a ouvir música.
“Penso que, nesta altura, é um pouco responsabilidade dos pais, dizerem: 'Vamos ouvir uma coisa que era do meu tempo.' A Ana Faria conseguiu fazer música que educava, que não punha em causa a ideia professoral, que é uma coisa mais aborrecida”, afirma.
[Notícia atualizada às 16h00.]