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Jornadas Comunicação Social

Jornadas debatem Inteligência artificial e homenageiam o padre António Rego

26 set, 2024 - 05:30 • Henrique Cunha com Ecclesia

“Jornalismo e Inteligência Artificial” é o tema das Jornadas Nacionais de Comunicação Social que decorrem quinta e sexta-feira, em Fátima. Ideia é debater a aplicação da Inteligência Artificial a toda a comunicação.

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“Jornalismo e Inteligência Artificial” é o tema das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Conferência Episcopal, que decorrem esta quinta-feira e na sexta-feira, em Fátima.

O debate vai centrar-se na questão da aplicação da Inteligência Artificial (IA) a toda a comunicação.

A diretora do SNCS, Isabel Figueiredo, explica à Renascença que “apesar do muito que se tem falado do tema, ainda subsistem algumas incertezas sobre o que nos vai acontecer”.

"Espero que estes dois dias de trabalho nos possam abrir algumas portas, algumas janelas e nos possam falar da inteligência artificial e da sua relação com a comunicação social com mais propriedade”, completa.

Isabel Figueiredo sublinha o convite feito “a várias pessoas que têm refletido muito sobre a inteligência artificial e que a trabalham em diferentes fóruns” e adianta que vão estar nas Jornadas “responsáveis por agências de comunicação, de órgãos de comunicação social, jornalistas e outros profissionais de várias áreas”.

“Espero que, juntos, possamos tornar a questão da inteligência artificial algo mais acessível à nossa comunicação diária, porque a inteligência artificial acontece agora e é preciso perceber que pode ser uma ferramenta essencial de trabalho”, acrescenta Isabel Figueiredo.

A responsável do SNCS lembra o compromisso ético na Comunicação e sublinha que “ao falarmos uns com os outros sobre os vários impactos e dimensões da inteligência artificial, também nos focamos nesta questão da ética da comunicação e da ética da utilização da inteligência artificial”.

Isabel Figueiredo diz que o conjunto de convidados obedeceu precisamente a este objetivo de se “perceber o lado positivo da inteligência artificial e também o lado menos positivo”.

“É por isso que faremos tudo o que está ao nosso alcance, para trazermos muito esta dimensão ética para as nossas Jornadas”, acrescenta.

A directora do SNCS recorda que o Papa dedicou a sua mensagem para o Dia das Comunicações Sociais à questão da inteligência artificial “e o esforço que todos nós que estamos envolvidos no mundo da comunicação devemos fazer é o de acompanhamos as palavras do Papa Francisco, pois ele está sempre a tentar colocar-nos os focos e nos sítios certos”.

Padre António Rego é "referência de comunicação na Igreja"

As jornadas do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais incluem uma homenagem da Conferência Episcopal Portugal (CEP) ao cónego António Rego, que vai acontecer na tarde de sexta-feira.

Isabel Figueiredo lembra que se trata de uma homenagem a uma das grandes referências da Comunicação da Igreja no nosso tempo: “O padre António Rego é uma referência para todos nós. Eu julgo que ele é a grande referência enquanto comunicador da Igreja no seculo XX em Portugal. Nós temos esta consciência de tudo o que ele fez. Ele atuou a todos os níveis. Ele fez rádio e fez televisão. Ele fez jornalismo escrito. Ele publicou livros. Ele conseguiu trazer uma dimensão espiritual à comunicação."

A diretora do SNCS lembra também que "aqui na Renascença, ele escreveu durante muitos anos uma oração da manhã. Ele tem uma multiplicidade de plataformas de trabalho de comunicação social. Este ano, completou 60 anos de sacerdócio e achamos que era a altura certa para lhe fazer esta homenagem".

Isabel Figueiredo defende a ideia de que “as melhores homenagens são as que se fazem vida. E queremos muito fazê-lo”. “É um enorme gosto que nós temos de poder trazer o padre Rego dos Açores até ao Continente e de poder reunir amigos seus, e pessoas que trabalharam com ele, para esta homenagem”, remata.

De volta aos Açores, onde nasceu

Natural das Capelas, na Ilha de São Miguel, onde nasceu em 1941, o padre António Rego foi ordenado sacerdote no dia 21 de junho de 1964, iniciando o seu ministério em Angra do Heroísmo, até ser enviado para trabalhar na comunicação social, em Lisboa.

Ao longo de mais de 50 anos como padre e jornalista, o padre Rego foi autor dos programas “Hoje é domingo”, “Nota do Dia”, “Meditando”, “Diálogo com os que Sofrem”, “Esquema XIII”, “Verdade e Vida”, “Andar faz caminho”, “Toda a Gente é Pessoa”, “O homem sem tempo”, “Alfa e Omega”, “70×7”, “Palavra entre palavras”, “Reflexo”, “Oitavo Dia”.

Primeiro na rádio e nos jornais, na Diocese de Angra, o sacerdote trabalhou na Renascença, entre 1968 e 1975, e, até 1992, nos jornais nacionais, nos canais nacionais da rádio e na televisão públicas, no cinema, nas cooperativas audiovisuais e no Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

Convocado desde o início para o projeto TVI, iniciou como diretor de informação da estação que começou as emissões em fevereiro de 1993 e nela continuou como coordenador de programas religiosos, da transmissão da missa e depois como autor, produtor e realizador do programa “Oitavo Dia”.

O regresso à direção do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, em 1996, correspondeu também à conclusão do diálogo entre as confissões religiosas radicadas em Portugal para uma presença conjunta na rádio e na televisão públicas, com o programa “A Fé dos Homens”, primeiro na RTP2, desde 15 de setembro de 1997, e depois na Antena, a partir dia 1 de novembro de 2009.

Após 23 anos de colaboração na TVI e 52 anos de trabalho pastoral realizado a partir da Diocese de Lisboa, onde se incardinou e era cónego da Sé Patriarcal, o padre António Rego regressou aos Açores em fevereiro de 2020, no início da pandemia, encontrando-se a residir com a família.

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