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Eleições Europeias

Saiba quem são os 21 eurodeputados. Há vários autarcas a voar das câmaras rumo a Bruxelas

10 jun, 2024 - 04:40 • João Carlos Malta (texto), Salomé Esteves (gráficos)

Conheça um a um os 21 portugueses eleitos para o novo Parlamento Europeu. Só a social-democrata Lídia Pereira se mantém do anterior mandato, todos os outros 20 deputados em Bruxelas vão mudar.

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O Partido Socialista foi o mais votado nas eleições europeias , por uma margem de apenas 38 mil votos, depois de ter perdido as legislativas por pouco mais de 50 mil votos.

O PS, com Marta Temido a cabeça de lista, conseguiu 32% e oito dos 21 eurodeputados. Foi a primeira mulher a ganhar uma eleição nacional em Portugal.

A Aliança Democrática (AD) ficou em segundo lugar, com 31% e sete mandatos no Parlamento Europeu, seguido do Chega com 9,7% e dois eurodeputados.

Muito perto do pódio ficou a Iniciativa Liberal (IL), um dos vencedores da noite, com 9% e dois eurodeputados. Bloco de Esquerda e CDU conseguiram eleger um mandato, cada.

Nas eleições votaram quase quatro milhões de pessoas - 36,5% dos eleitores inscritos, tendo sido registada a taxa de abstenção mais baixa em 15 anos. Este é também o maior número absoluto de votantes em 35 anos: desde 1987 que não havia tantos portugueses a votar em europeias.

Conheça os 21 eurodeputados que formam o grupo os eleitos portugueses para o Parlamento Europeu. Há autarcas a sair da presidência das câmaras e os advogados e formados em direito continuam a estar fortemente representados.

Marta Temido (PS)

A cabeça de lista socialista tem 50 anos e era até agora deputada na Assembleia da República. Isto depois de ser ministra da Saúde em três dos governos de António Costa, lugar em que se notabilizou por ser a titular da pasta durante a pandemia da Covid-19. É doutorada em Saúde Internacional e licenciada em Direito.

Francisco Assis (PS)

É um homem que conhece bem os cantos à casa no Parlamento Europeu, onde já esteve cinco anos entre 2004 e 2009. Ainda recentemente esteve na calha para ser o substituto de Aguiar-Branco na presidência da Assembleia da República, que será dividida entre a AD e o PS. Apoiante de Pedro Nuno na disputa da sucessão do pós-Costa, aos 59 anos, o ex-presidente do CES está de malas feitas para Bruxelas.

Ana Catarina Mendes (PS)

Foi um do rostos mais fortes dos governos de António Costa. Desempenhou vários papéis entre os quais ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, no XXIII Governo Constitucional, foi secretária-geral adjunta do PS e presidente do Grupo Parlamentar do PS. Recentemente, esta advogada de 51 anos foi eleita deputada à Assembleia da República.

Bruno Gonçalves (PS)

Bruno Gonçalves, de 27 anos, é secretário-geral dos jovens da Internacional Socialista. É natural de Braga e membro do Secretariado Nacional da Juventude Socialista (JS). Em termos académicos é mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade do Minho e analista de tecnologias de informação.

André Rodrigues (PS)

É membro o secretariado regional e da comissão regional do PS Açores, onde substituiu Francisco César. Aos 47 anos, licenciado em Direito, é deputado e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

Carla Tavares (PS)

A presidente da Câmara da Amadora desde 2013 e histórica autarca do PS sai da autarquia rumo ao Parlamento Europeu. Aos 53 anos, licenciada em Gestão, é presidente da Área Metropolitana de Lisboa e vice-presidente do Conselho da Europa - Poderes Locais.

Isilda Gomes (PS)

É presidente da Câmara de Portimão e foi ex-governadora do distrito de Faro. Aos 73 anos, abandona a autarquia algarvia rumo ao centro da Europa. É professora e licenciada em Matemática e Ciências da Natureza.

Sérgio Gonçalves (PS)

Licenciado em economia pela Nova SBE, tem também uma pós-graduação em Corporate Finance e Mestrado em Gestão Internacional pelo ISCTE Business School. Em 2006 passou a integrar a ANA Aeroportos, como responsável pelo desenvolvimento de novas rotas no departamento de marketing aviação. Foi vice-presidente da Associação de Promoção da Madeira e membro dos órgãos sociais da Confederação do Turismo de Portugal, da Associação Nacional de Turismo e do Conselho de Turismo da CIP. É desde 2019 deputado do PS na Assembleia Legislativa da Madeira, sendo desde Fevereiro de 2022, presidente do PS-Madeira.

Sebastião Bugalho (AD)

Aos 28 anos, o católico e conservador, foi a grande surpresa destas eleições europeias quando Luís Montenegro o anunciou com líder da lista da AD. Em 2019, foi escolhido para integrar a lista do CDS à Assembleia da República, em sexto lugar, e representar o círculo de Lisboa, mas não tendo sido eleito deputado regressou ao jornalismo. Era comentador da SIC antes da segunda experiência na política.

Paulo Cunha (AD)

Este autarca fez carreira no Minho, mais precisamente em Vila Nova de Famalicão, cidade em que fez dois mandatos como presidente da câmara até 2021. É agora vice-presidente do PSD e líder da distrital do PSD de Braga. É ainda docente na Universidade Lusíada no Porto, desde 1994 e no IPCA em Barcelos, desde 2021. Mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Doutorando em Ciências da Administração na Universidade do Minho.

Ana Miguel Pedro (AD)

A assessora do CDS-PP, de 35 anos, no Parlamento Europeu, foi a candidata indicada pelo partido para integrar a lista da Aliança Democrática (AD). Está em Bruxelas desde 2011. É vogal da Comissão Política Nacional do CDS-PP. Trabalhou ainda ao lado Nuno Melo, atual líder do partido.

Hélder Sousa e Silva (AD)

Outro autarca que sai de uma câmara para o Parlamento Europeu. O presidente da Câmara Municipal de Mafra. Nascido a 21 de julho de 1965, é doutorando em Estudos Estratégicos, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade Técnica de Lisboa, pós-graduado em Segurança e Defesa e licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo IST.

Lídia Pereira (AD)

É a única dos 21 eurodeputados que estiveram nos últimos cinco anos em Bruxelas a manter-se no Parlamento Europeu. Lídia Pereira tem conquistado notoriedade em Bruxelas e foi eleita vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE), substituindo Paulo Rangel, agora ministro dos Negócios Estrangeiros.

Sérgio Humberto (AD)

Mais um presidente de Câmara que troca o poder local pela Europa. Nasceu na Trofa, a 7 de novembro de 1975 e tem um filho. Foi eleito presidente da Câmara da Trofa a 29 de setembro de 2013 e reeleito a 1 de outubro de 2017 e a 26 de setembro de 2021 com maioria absoluta. Foi deputado na Assembleia da República, na XII Legislatura. É auditor nacional, tendo efetuado o curso de Defesa Nacional no Instituto de Defesa Nacional, na edição 2018/2019. É professor do 3.º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário e na juventude foi jogador de futebol profissional, tendo ainda estado ligado a diferentes associações e clubes locais e regionais.

Paulo Nascimento Cabral (AD)

Foi o nome indicado pelo PSD/Açores para integrar a lista nacional do partido às europeias. Paulo Nascimento Cabral, conselheiro dos Açores e Energia na REPER-Representação Permanente de Portugal na União Europeia, ex-chefe de gabinete do presidente do Governo dos Açores, já exerceu funções de assessoria e de chefia no gabinete do Parlamento Europeu dos eurodeputados social-democratas.

Tânger Corrêa (Chega)

A atual vice-presidente do Chega, António Tânger Corrêa, foi o escolhido por André Ventura para liderar a lista do partido que pela primeira vez elegeu representação para o Parlamento Europeu. Foi embaixador de Portugal durante 40 anos, desempenhando as suas funções em vários países e cidades, tais como: Goa, Rio de Janeiro, Bósnia, Sérvia, Israel, Egipto, Qatar, Lituânia. Uma carreira marcada, entre outras coisas, por casos como o do veleiro de alta competição que recebeu como presente quando estava ao serviço do Estado português.

Tiago Moreira de Sá (Chega)

O ex-deputado do PSD protagonizou uma mudança de partido antes destas eleições europeias. Amigo de Diogo Pacheco Amorim e admirador de Passos Coelho, é doutorado em História das Relações Internacionais pelo ISCTE-IUL. É professor Associado na Universidade Nova de Lisboa. Este investigador Integrado no Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI-UNL) é também comentador de política internacional em vários órgãos de comunicação social.

Cotrim de Figueiredo (IL)

O ex-líder da Iniciativa Liberal (IL) voltou à ribalta ao protagonizar a candidatura dos liberais a Bruxelas e o resultado não poderia ser mais encorajador. Tem 63 anos e foi diretor-geral da TVI e presidente do Turismo de Portugal. No mundo dos negócios, como gestor, esteve em várias empresas: Compal, Nutricafés, Privado Holding. Presidiu ao Turismo de Portugal durante a governação de Passos Coelho, entre 2011 e 2015, numa coligação entre PSD e CDS.

Ana Vasconcelos Martins (IL)

Tem de 39 anos e é natural da Ilha Terceira, nos Açores. Formada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa é vice-presidente da IL. Ana Martins assumiu ainda a responsabilidade de liderar o Ilab, a unidade de investigação de políticas do partido. É mestre em Teoria Política e Filosofia pela Universidade de Oxford.

Catarina Martins (BE)

Aquela que foi líder do Bloco de Esquerda durante 12 anos, voltou ao primeiro plano da política nacional ao para ser eleita para o Parlamento Europeu. Ainda assim, com uma semi-derrota por o partido perder um eurodeputado face a 2019. É atriz e política. É também doutoranda em Linguística e investigadora do Centro de Linguística da Universidade do Porto.

João Oliveira (CDU)

O ex-líder parlamentar do PCP conseguiu manter os comunistas em Bruxelas. João Oliveira, advogado de 44 anos, é membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, foi deputado entre a X e a XIV Legislaturas e presidente do Grupo Parlamentar do PCP entre 2013 e 2022. Foi um nome muito falado durante o período em que se discutiu a sucessão a Jerónimo de Sousa.

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